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CRÍTICA: Longe de Litchfield, ‘Orange Is The New Black’ vai por outro caminho e nos entrega sua temporada mais fraca

Uma das primeiras séries com o selo de original Netflix é "Orange Is The New Black", sempre elogiada por dosar muito bem o drama e a comédia, e vencedora de prêmios importantes como Emmy e Critics Choice, chegou para sua sexta temporada, sendo a primeira delas sem se passar em Litchfield, o que fez uma falta enorme para a série. Vamos falar um pouco sobre esse sexto ano, e o que diferencia ele dos outros.
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Uma das primeiras séries com o selo de original Netflix é “Orange Is The New Black”, sempre elogiada por dosar muito bem o drama e a comédia, e vencedora de prêmios importantes como Emmy e Critics Choice, chegou para sua sexta temporada, sendo a primeira delas sem se passar em Litchfield, o que fez uma falta enorme para a série. Vamos falar um pouco sobre esse sexto ano, e o que diferencia ele dos outros.

Após a rebelião que culminou na morte do guarda Piscatella, as detentas foram divididas e boa parte delas foram levadas para uma penitenciária de segurança máxima. Lá, elas encontram gangues de mulheres perigosas e precisam entrar no jogo delas para se encaixar. Enquanto isso, o julgamento de Piscatella é levado à frente em busca de quem o matou.

É uma temporada onde muita coisa mudou, não só pela locação, mas também pela relação das detentas, tanto com elas mesmas, quanto com os novos guardas.

Se na segurança mínima víamos sempre cores fortes e vibrantes, aqui na máxima o azul e o acinzentado aparecem com mais frequência, a sensação de claustrofobia é maior e vemos pouquíssimo a luz do dia, com exceção de flashbacks e cenas fora da prisão. As gangues são definidas pelos blocos das detentas, que vivem em constante desarmonia e à beira de se confrontarem. Vemos detentas com crimes bem mais pesados e feições ainda mais malvadas, afinal é a segurança máxima.

No entanto, justamente por isso a série perdeu um de seus principais acertos: na comédia. Até existem momentos bons e engraçados aqui, mas tudo fica em segundo plano e muitos não funcionam. Litchfield era quase uma personagem da série de tão habituados que já estávamos, e acabou fazendo muita falta, mais do que eu imaginaria. Já no drama, a série faz um bom trabalho, abordando como sempre temas importantes como racismo, LGBTfobia, abuso policial, imigração e reintegração de presos.

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Tecnicamente a série cumpre bem o seu papel, assim como nas outras temporadas, a direção de arte como sempre bastante elogiável aqui com maquiagem, cabelo, ambientação e figurino. A fotografia e a trilha sonora são boas e a edição é excelente. Já o roteiro aqui acaba sendo mais esticado do que deveria, tem situações mal explicadas e muitos arcos em aberto. Resta saber se isso vai ser explorado na próxima temporada ou vai simplesmente ser abandonado.

Uzo Aduba e Danielle Brooks mais uma vez roubaram a cena e são as melhores atrizes aqui. Dentre as que entraram nessa temporada, destaque para a Amanda Fuller, que faz a Madison, uma personagem irritante, mas que consegue causar medo através de sua falta de noção. Mas todo o elenco faz um bom papel, como sempre foi.

A sexta temporada de “Orange Is The New Black” não é ruim, mas se formos traçar um comparativo com tudo que a série já foi, ela vai ficar devendo bastante. Ainda vale a pena para quem é fã, mas torcemos para que ela volte a ser aquela série que já ganhou tantos prêmios e trouxe tantas discussões.

NOTA: 7.2