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CRÍTICA | “Calibre” e “TAU”, diretores estreantes em novos filmes originais da Netflix

Uma das vantagens da Netflix é de dar visibilidade para diretores iniciantes de terem os seus trabalhos vistos por um grande número de pessoas. E no dia 29 de Junho saíram dois novos filmes originais do serviço de streaming: "Calibre" e "TAU", ambos de diretores estreantes. E chegou a hora de falar um pouco desses filmes de forma resumida para conhecê-los um pouco mais.
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Uma das vantagens da Netflix é de dar visibilidade para diretores iniciantes de terem os seus trabalhos vistos por um grande número de pessoas. E no dia 29 de Junho saíram dois novos filmes originais do serviço de streaming: “Calibre” e “TAU“, ambos de diretores estreantes. E chegou a hora de falar um pouco desses filmes de forma resumida para conhecê-los um pouco mais.

O que você vai encontrar aqui:

CALIBRE

“Calibre” é um thriller norte-irlandês sobre dois amigos que vão passar o fim de semana em uma isolada vila escocesa onde podem sair para caçar juntos. Só que um acidente acontece e um deles erra o tiro e acaba acertando uma criança. A partir daí começa o drama entre se entregar ou esconder as provas.

O filme é escrito e dirigido por Matt Palmer, e este é apenas o primeiro filme dele. Aqui ele utiliza vários elementos do gênero como inspiração para conduzir o filme. Não é nada original, mas temos uma atmosfera bem construída e que consegue causar tensão nos momentos certos e protagonistas que agem de forma humana, sem se taxarem de vítimas e sem serem o estereótipo do malvado, além de tomarem atitudes bem questionáveis que são até plausíveis nesses momentos.

Tecnicamente é um trabalho competente, com uma fotografia nos trazendo cores escuras e sem vida e uma trilha sonora simples, mas funcional. A edição que é um pouco problemática, com truques bastante ultrapassados para interligar as cenas e cortes abruptos. O roteiro acaba exagerando na obviedade e facilitações narrativas para fazer a história andar, e ainda assim, lá pela metade o filme acaba ficando repetitivo e cansativo. Felizmente, os protagonistas são carismáticos e nos fazem comprar a ideia do filme através das boas atuações de Jack Lowden e Martin McCann.

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“Calibre” não é o filme mais original do mundo, se você ver o trailer já deve esperar tudo o que vai acontecer no filme, mas a boa construção de atmosfera e atuações fazem dele um filme interessante o suficiente para prender o espectador.

NOTA: 6.3

https://www.youtube.com/watch?v=EYrJJfjGr4Q

TAU

“TAU” é uma ficção científica que lembra bastante o excelente “Ex Machina“, não necessariamente com a mesma qualidade. O filme traz como protagonista a Julia, uma jovem que é raptada para ser usada como cobaia de um experimento de um cientista psicopata. E ela fica aprisionada na casa dele, onde existe uma inteligência artificial responsável pelas tarefas domésticas e que gerencia a casa na ausência do dono. Julia então começa a criar afinidade com essa inteligência artificial e começa a explorar as suas fraquezas, a fim de convencer a máquina a libertá-la.

O estreante Federico D’Alessandro é o diretor responsável pelo projeto, e a direção dele é um pouco bagunçada. A fotografia cria uns contrastes fortes, com muito uso do vermelho, do verde e do azul para destacar algo. A representação do Tau, que é a inteligência artificial é bem feita, assim como seus componentes. No entanto, a máquina de destruição tem uma movimentação bem artificial e é impossível não se incomodar. A trilha sonora é genérica e esquecível e a edição é bastante óbvia e repetitiva.

O roteiro de Noga Landau é repleto de furos, tanto a protagonista quanto o psicopata são vendidos ao público como inteligentes, mas os mesmos tomam atitudes bizarramente tolas. O Tau traz um lado humano da uma inteligência artificial, e apesar de ser estranho como a relação dele com a Julia é construída, traz os melhores momentos do filme, e é o que consegue prender o espectador. Mas também há muitas facilitações narrativas e exageros para o roteiro conseguir chegar no seu objetivo.

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O vencedor do Oscar Gary Oldman está no filme fazendo a voz do Tau, e traz muita humanidade para o computador com seu ótimo trabalho de voz, Maika Monroe está esforçada e Ed Skrein é extremamente sem expressão.

No fim, “TAU” é um filme simples que tenta ser complexo, mas seus furos acabam impedindo-o de nos entregar uma melhor experiência. Mas ainda assim, traz uma história envolvente de uma relação entre humano-máquina.

NOTA: 5.4