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CRÍTICA | A Maldição da Chorona (The Curse of La Llorona), 2019

Novo longa do universo de Invocação do Mal traz conto de terror mexicano como influência
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Novo longa do universo de Invocação do Mal traz conto de terror mexicano como influência

Chega aos cinemas nesta Quinta (18), o mais novo filme derivado do universo de Invocação do Mal, se trata de “A Maldição da Chorona”, que chega com a produção de James Wan e traz o estreante Michael Chaves como diretor. Mas será que o filme funciona? É o que vamos descobrir.

Baseado na lenda mexicana de “La Llorona”, uma mulher que afogou seus filhos para punir a traição do marido, e arrependida, jogou-se no rio atrás deles chorando em dor. Agora Llorona perambula como uma entidade que ataca crianças, a fim de substituir as dela. O filme traz a jornada de sobrevivência de Anna Tate-Garcia (Linda Cardellini) e seus filhos da maldição da chorona.

O longa é problemático de diversas maneiras. Começando por seu roteiro, que não consegue criar uma atmosfera de terror, e já parte para a exposição barata nos primeiros dez minutos. Há inserção de personagens sem função nenhuma narrativamente, diálogos fracos e expositivos, o filme faz questão de querer detalhar tudo para o espectador, mesmo sem ter nenhuma profundidade, também temos protagonistas sem nenhum tipo de desenvolvimento e que não conseguem cativar o público e deixam as coisas bem frias para quem assiste.

Além disso, vemos aqui todos os clichês possíveis de filme de terror barato, como as luzes piscando, a falta de inteligência dos personagens, jump scares, e narrativa progressiva de periculosidade causada pela entidade. O ato final é até empolgante diante de toda a tragédia que foi construída no decorrer do filme inteiro. Também há algumas referências a outras obras, que embora sejam desconexas em sua maioria, trazem uma aproximação maior do espectador do universo aqui explorado.

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O elenco é o mais desinteressado possível, Linda Cardellini passa 80% do tempo gritando, Patricia Velásquez é caricata e tem o pior arco do filme. Marisol Ramirez até que faz uma Llorona descente e imponente, mas é constantemente atrapalhada pelo roteiro. Tony Amendola está aqui apenas para explicar o filme e as crianças Jaynee-Lynne Kinchen e Roman Christou não tem carisma algum. Quem ainda trabalha melhor aqui é o Raymond Cruz, que surge no melhor arco do filme para livrar a maldição da casa.

Temos um trabalho de câmeras até decente aqui, o uso de cores e planos detalhes são bons, apesar da clara limitação de orçamento. O filme também tem uma boa montagem, mas isso não consegue levantar o filme pois são acompanhados de uma trilha sonora genérica e invasiva. Michael Chaves mandou muito mal nesse primeiro longa e me preocupa o futuro de Invocação do Mal, pois ele está escalado para dirigir o terceiro filme da franquia.

A Maldição da Chorona é um filme que abusa de todos os clichês do gênero para nos contar uma história sem identidade, e sem conseguir ao menos assustar. É um dos piores filmes do universo derivado que é cheio de altos e baixos, e que nos deixa com um pé atrás para o restante da franquia.