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CRÍTICA – O Predador

Se houveram problemas nesse recall chamado O Predador - e sim, houveram - não foram graças as piadas, tom de moderação entre gore, humor e ação, que por sinal é muito boa. Comecemos com a sinopse: Militar (Holbrook) que sofre um sinistro envolvendo o alienígena e uma organização que caça e estuda o mesmo. Ele é interrogado e afastado enquanto o monstrão procura por seus artefatos roubados e tenta proteger o conteúdo de sua nave caída de seu real perseguidor, o Mega Predador (um indivíduo modificado da raça cuja função é caçar párias de sua própria espécie).
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Expande o universo da franquia. A questão é: Como?

Se houveram problemas nesse recall chamado O Predador – e sim, houveram – não foram graças as piadas, tom de moderação entre gore, humor e ação, que por sinal é muito boa. Comecemos com a sinopse: Militar (Holbrook) que sofre um sinistro envolvendo o alienígena e uma organização que caça e estuda o mesmo. Ele é interrogado e afastado enquanto o monstrão procura por seus artefatos roubados e tenta proteger o conteúdo de sua nave caída de seu real perseguidor, o Mega Predador (um indivíduo modificado da raça cuja função é caçar párias de sua própria espécie).

A premissa é interessante, não vou negar. Pontos nunca antes vistos na franquia são mostrados e em nenhum outro longa da trilogia, ou dos crossovers, pudemos ver tantos takes de comunicação, interação, gesticular e movimentação limpa do predador. Para um fã, ver a criatura surrando humanos de forma clara, correndo, saltando, da forma como foi mostrada, é uma recompensa e tanto. Sem falar na nave e no arsenal que nunca decepcionou, não importando o quão ruim fosse um filme assim (como o pior deles, AVP2). Mesmo com humor, este nunca se estende ao predador, mantendo-o como ameaça respeitável. Inclusive, gerando pavor às vezes. Outro acerto é a menção a todos os longas solo do alienígena. E para os mais atentos, easter eggs constituídos em personagens, trilha sonora e até do primeiro AVP.

Dito os maiores pontos, agora tratemos dos regulares ou polarizados. Shane Black (Dois Caras Legais, 2016; Homem de Ferro 3, 2013) que inclusive contracena no O Predador original de 87, dirigiu sem medo este filme. Sim, isso é arriscado se tratando dele. Para o bem ou para o mal, temos um núcleo humano interessante e carismático, porém, piadista (destaque para Thomas Jane). Uma mulher (Munn) os integra e como é comum na franquia, é uma mulher forte e capacitada, embora isso não seja explicado como ou porquê. E para desencadear a trama arriscada, temos a criança (Tremblay) super inteligente com o aspecto interessante do altismo.

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Junto disso temos algumas coisas desnecessárias como o “cão predador”, não pela criatura em si, mas pela forma como o roteiro resolveu tratá-lo depois de determinado ponto do filme. O próprio Mega Predador é menos interessante do que o predador convencional, seu fugitivo. Antes a trama tivesse sido focal neste. É o velho “maior melhor”, que aqui não supera predadores raízes como o inicial deste filme (Fugitive), ou Jungle Hunter (O Predador, 1987), City Hunter (O Predador 2, 1990), Wolf (Aliens vs Predador 2, 2007) e Berserker (Predadores, 2010).

Por fim, mas não menos importantes, os pontos negativos. Conveniência extrema para determinadas coisas estarem ou serem feitas no momento decisivo por “sorte” (roteiro porque sim), uma conveniência que em momentos de muita tensão, acontece, e tira a moral do que quer que fosse a ameaça. Pior que isso, somente a cena final que além de atropelada, é para caso o filme não fosse para maiores de dezesseis anos no Brasil, seria uma clara cena “para se vender bonecos”. É mostrado algo bem desnecessário e pouco agrega a franquia a nível de gancho para próximos filmes.

Agora nos cabe esperar e torcer para que isso não altere demais o rumo das coisas caso este filme vá bem na bilheteria. O Predador é válido, mas destoa, o que não é algo necessariamente ruim, pena cruzar certos limites criativos de forma pobre e artificial aos quarenta e cinco do segundo tempo (com acréscimos).