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CRÍTICA | Sicário: Dia do Soldado (Sicario: Day of the Soldado), 2018

Filme é uma sequência de "Sicário: Terra de Ninguém", aclamado filme de 2015 dirigido por Denis Villeneuve
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Chega aos cinemas nessa Quinta (28) “Sicário: Dia do Soldado“, sequência do excelente “Sicário: Terra de Ninguém” de 2015, que chegou a concorrer a três Oscars. Mas será que o diretor Stefano Sollima conseguiu fazer com que a nova produção faça jus a original que havia sido dirigida pelo aclamado Denis Villeneuve? É o que vamos descobrir aqui.

Alejandro Gillick (Benicio del Toro) e Matt Graver (Josh Brolin) trabalham juntos em uma missão que envolve a filha de um chefão das drogas na fronteira entre o México e os Estados Unidos, até que algo dá errado e Alejandro se vê em uma encruzilhada moral, onde suas escolhas podem desencadear uma guerra entre cartéis.

A missão de Sollima não era nada fácil, manter o legado que Sicario construiu sob a direção de Villeneuve, e em parte, ele conseguiu fazer um bom trabalho, principalmente nas cenas de ação que são excelentes, com planos longos, poucos cortes e efeitos práticos para deixar tudo o mais realista possível, tudo isso graças a uma ótima edição. A cinematografia é boa, mas não tem a sutileza que Roger Deakins trouxe no primeiro filme, que era mais contrastante e artística, com movimentos sutis passeando com delicadeza em meio a ação. Aqui ela transita entre o amarelado e o esverdeado, com planos fechados e claustrofóbicos contrastando com planos gerais.

A atmosfera nem de longe se assemelha ao que representa Sicário, o diretor até tenta reproduzir o clima pesado e sombrio do primeiro filme através da trilha sonora, mas a mesma acaba por ser simplista demais e repetitiva a ponto de irritar. Já a mixagem e edição de som são excelentes e não ficam devendo em nada ao original.

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As atuações de Benicio del Toro e Josh Brolin são um grande ponto alto do filme, enquanto Del Toro dá um show de subjetividade ao tentar tomar a decisão certa para a situação, Brolin nos entrega uma imponência ameaçadora convincente e sem precisar copiar os seus trabalhos anteriores, que tem até um perfil parecido (Thanos e Cable, em Guerra Infinita e Deadpool 2, respectivamente). A garotinha Isabela Reyes também nos entrega um ótimo trabalho de uma menina confusa sem saber quem são aliados ou inimigos.

O roteiro é escrito por Taylor Sheridan, que também escreveu os excelentes “A Qualquer Custo” e o primeiro Sicario. Aqui ele tem seus bons e maus momentos. A verossimilhança é bastante efetiva, dá pra entender as motivações dos personagens, a forma como eles agem e lidam com toda a situação, tudo é bastante humano, mas por outro lado há alguns plots que foram inseridos no começo do filme que acabam sendo abandonados na metade, alguns pontos de virada um tanto quanto forçados e um desfecho genérico e sem graça.

No geral, “Sicário: Dia do Soldado” é inferior ao primeiro filme em quase tudo, mas isso não faz com que ele seja um filme ruim. Deve agradar como uma sequência,  além de nos entregar mais uma vez excelentes atuações de Josh Brolin e Benicio Del Toro.