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“Runnner explora ruídos e desafios da comunicação em seu novo álbum”

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Runnner, músico e produtor de Los Angeles, lançou o álbum “like dying stars, we’re reaching out” em fevereiro, mas recentemente recebeu uma edição deluxe. O foco central desse trabalho é explorar a diferença entre o que dizemos e o que realmente queremos expressar, que é a base da semiótica. O álbum é tecnicamente o primeiro lançamento completo de Runnner, mas Noah Weinman, seu nome verdadeiro, já vem chamando atenção há algum tempo. Ele trabalhou com a artista indie-folk Skullcrusher, equilibrando turbulência e tranquilidade em suas produções, como na ótima música “Quiet the Room”. Em 2021, ele também lançou um álbum com uma coletânea de seus próprios singles, chamado “Always Repeating”. Este último trabalho aborda relacionamentos problemáticos, com a ameaça física sempre presente. Weinman mostra o medo de ser vulnerável e a hesitação em se abrir emocionalmente, como expresso na música “Monochrome” com os versos “Eu estava com medo de me deixar ser tocado / Porque você não vai gostar do que encontrar”. No álbum “like dying stars, we’re reaching out”, Weinman está mais aberto à conexão, mas ainda se encontra no limite entre o pensamento e a fala, enfrentando o que ele descreve como “uma perda de sinal entre o pensamento e a fala”. Ele transita entre a frustração e a curiosidade, como demonstrado na primeira linha da música “i only sing about food”, que diz: “Eu sou um idiota, chorei no seu carro quando não encontrei as palavras que procurava”. No final de “raincoat”, ele questiona: “O que está na sua mente? Cabe em palavras? Mudará quando você disser?”. Esse processo de reflexão também se reflete na sonoridade do álbum, já que Weinman utiliza uma variedade incrível de fontes sonoras para criar um mundo sonoro único para cada faixa. Seu trabalho com Skullcrusher é evidente, mas ele também se inspira na Madonna dos anos 90, resultando em uma imersão sonora para suas mensagens ecoarem. A edição deluxe do álbum traz versões ao vivo que exploram as músicas de uma maneira diferente, revelando camadas mais simples, mas mantendo a sensação de espaço. Na versão de “string”, por exemplo, sintetizadores cuidadosos do baterista Ellington Peet adicionam um toque sobrenatural à melodia acústica. O título “like dying stars, we’re reaching out”, faz referência aos últimos momentos de uma estrela em seu leito de morte, quando ela envia nebulosas planetárias em todas as direções, às vezes por milhares de anos. Isso pode parecer grandioso para um álbum que aborda problemas terrestres, mas na verdade é adequado, evocando imagens de sinais transmitidos por naves espaciais solitárias. As músicas são como mensagens breves do espaço exterior, com a maioria tendo apenas dois ou três minutos de duração, sendo a mais longa “runnning in place at the edge of the map” com pouco mais de cinco minutos. Em cada faixa, Weinman brinca com ideias de familiaridade e estranheza, ultrapassando as fronteiras entre os dois. Em “plexiglass”, o condensado nos vidros do carro se transforma em “fantasmas ao alcance dos meus dedos”. No videoclipe de “i only sing about food”, closes extremos de água fervente e grãos de arroz se assemelham a explosões em atmosferas estranhas. Assim como muitas das músicas do álbum, essas imagens retratam a luta para expressar emoções e pensamentos complexos através da linguagem.