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CRÍTICA | ‘Gnomeu e Julieta: O Mistério do Jardim’ é genérico em tudo que se propõe, mas deve divertir crianças

Continuação da animação de 2011 chega aos cinemas nesta Quinta (31)
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Chega aos cinemas nesta Quinta (31), “Gnomeu e Julieta: O Mistério do Jardim“, sequência de “Gnomeu e Julieta” lançado em 2011. Não é segredo para ninguém que se trata de um filme essencialmente voltado para o público infantil, e até deve agradar as crianças, mas será que o filme funciona dentro do que ele se propõe? É o que vamos descobrir agora.

Após se mudarem para Londres, alguns gnomos começam misteriosamente a desaparecer. Gnomeu e Julieta então se juntam a Sherlock Gnomes e Watson para os ajudarem a resolver o caso.

A direção aqui é de John Stevenson, conhecido por Kung Fu Panda. Aqui ele anda entre acertos e erros. A animação é bem feita, os personagens e objetos possuem textura e uma movimentação fluída, a mixagem de som é coerente, os barulhos dos objetos de porcelana são bem realistas, mas por outro lado, as músicas são bem mais pobres se compararmos com o primeiro filme, aqui só temos um número musical.

A ambientação nos mostra pouco de Londres de fato, já que na maior parte do filme se passa em cenários fechados. É tudo bem colorido, com ótimos efeitos de sombra e muito uso do verde. A trilha sonora boa parte é reciclada do primeiro filme e as novidades não passam de algumas batidas genéricas.

O elenco no papel é excelente com Emily Blunt, James McAvoy, Michael Cane, Maggie Smith, e mais duas adições nesse filme em relação ao primeiro são Johnny Depp, que traz o Sherlock Gnomes, ele acabou me incomodando um pouco não só pelo fato de todos os problemas pessoais do ator, mas porque ele faz um personagem britânico em Londres e fica forçando certo sotaque para parecer um inglês falando. Deveriam ter escolhido um ator britânico para interpretá-lo. A outra adição foi Chiwetel Ejiofor, fazendo um bom trabalho de voz com o Watson.

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O roteiro é onde se encontram os maiores problemas do filme, o ruim aqui não é nem o fato de ele ser infantil, pois não há problema nenhum nisso, mas por não se aprofundar em nada. Em um comparativo com o primeiro longa, ele trazia questões como amor proibido, respeito às diferenças e empatia, nessa sequência falta esse legado deixado pelo filme, ele nada mais é do que um filme investigativo. O humor funcionou comigo em duas cenas específicas, no restante do filme acredito que deva funcionar melhor com as crianças.

Para os fãs de Sherlock Holmes, a abordagem do personagem aqui é bem superficial. Cheguei até a esquecer que se trata de uma adaptação do personagem, mas como o filme tem liberdade criativa para subverter o personagem, deixaram ele mais fácil de ser consumido pelo público infantil, sem todas as nuances que a gente está acostumado do clássico Sherlock.

No geral, “Gnomeu e Julieta: O Mistério do Jardim” é um filme que deve ser sucesso entre as crianças, bonito visualmente e divertido para levar o seu filho. Mas para quem espera um algo a mais, falta desenvolvimento de trama, de trilha sonora e um legado, como o primeiro deixou. Entre os altos e baixos citados, cabe a você decidir assistir e o que esperar dele.