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CRÍTICA | ‘Deadpool 2’ mantém a sua essência com muita referência e zoeira consigo próprio

Com um humor ácido como seu antecessor, Deadpool 2 ainda nos entrega a melhor cena pós-créditos de toda a leva recente de filmes de heróis
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Em 2016 o gênero de filme de super-herói ganhava uma nova linguagem com “Deadpool“, mais adulta, referencial e com uso frequente da quebra da quarta parede. Devido ao grande sucesso, sua sequência chega aos cinemas nesta Quinta (17) e chegou a hora de saber se ele faz jus ao seu antecessor.

Com a aparição de um super soldado em uma missão assassina, Wade Wilson (Ryan Reynolds) entra em um dilema sobre amizade e família e questiona se vale a pena ser um herói, até o ponto onde ele é obrigado a jogar sujo para conquistar seus objetivos.

A direção dessa vez fica por conta de David Leitch, responsável pelos excelentes “John Wick” e “Atômica“, e ele traz aqui um pouco do que fez nesses dois filmes e acrescenta algo a mais: a descontração. O diretor conseguiu trazer bem a sua própria essência sem perder o que foi estabelecido por Tim Miller no primeiro filme.

Quem viu Deadpool já sabe que não se dá pra levar o filme a sério, pois nem ele mesmo se leva. Aqui, 90% das frases do Wade Wilson são referenciais a cultura pop em geral ou dizem respeito ao próprio filme. Eu não quero citar aqui quem é referenciado pelo filme, pois o legal é a surpresa de ver isso em tela.

Algumas decisões do filme soam artificiais demais, mas o filme trata tudo como piada, até suas falhas, e isso acaba compensando de alguma forma. Só que o primeiro Deadpool ganhou tanta notoriedade por causa de sua ousadia em relação a tudo que havia antes, aqui, me pareceu um ctrl+c, ctrl+v do que deu certo no seu antecessor e se ousou pouco. Podemos dizer que há uma limitação dentro da ousadia.

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As cenas de ação são boas, tirando em alguns momentos em que o CGI atrapalha e a tela verde é evidente. A computação gráfica aqui não é das melhores, e o filme tem uma piada para isso também como forma de justificativa. A cinematografia faz um bom trabalho, e a trilha sonora, mais uma vez dá um show a parte, com vários clássicos usados para trazer impacto ou fazer piada.

O uso de violência aqui é maior do que no primeiro filme, mas o impacto é menor. O próprio vilão é bem pouco explorado. Acho que o grande problema de Deadpool 2 é a falta de importância que ele dá no desenvolver da história para focar em momentos isolados.

Entre as adições do elenco para este filme estão Josh Brolin como Nathan, que convence fazendo um personagem unilateral que mexeu no tempo para encontrar a família, Julian Dennison faz o Russel, que é o personagem que mais move a história aqui, pois é um mutante que não sabe muito bem de que forma pode utilizar seus poderes, e a que eu mais gostei foi a Zazie Beetz, uma integrante do X-force (grupo de anti-heróis criado por Deadpool) que acredita ter o superpoder de ter sorte.

O ritmo do filme se torna um pouco cansativo por ser repetitivo em alguns momentos, acho que uns 10 minutos a menos resolveriam. O tom segue o mesmo do primeiro filme, talvez até mais ácido nas piadas. Existem duas cenas pós-créditos, e uma delas é simplesmente espetacular, disparada a melhor de toda essa leva de filmes de heróis nos últimos anos.

Deadpool 2” tem seus probleminhas, mas com certeza deve agradar quem gostou do primeiro filme. Seu humor ácido e referencial são engraçados e sua cena pós-créditos fecha o filme com chave de ouro.

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