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A Selvageria da Obscuridade: O Impacto de A Substância

A Selvageria da Obscuridade: O Impacto de A Substância
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**The Substance: Uma Crítica Afiada e Gore do Cinema de Horror**

Lançado em 20 de setembro de 2024, “The Substance” se destaca como um dos filmes mais debatidos do ano. Dirigido por Coralie Fargeat, o filme combina sátira afiada sobre a objetificação feminina e o ageísmo no setor de entretenimento com elementos de body horror e um toque de comédia. Com atuações memoráveis de Demi Moore e Margaret Qualley, a obra provoca uma reflexão intensa sobre os padrões de beleza e a pressão da indústria cinematográfica.

O filme, no entanto, não é indicado para os mais sensíveis. O conteúdo gráfico é forte, e é recomendável evitar comer durante a exibição, pois “The Substance” é um dos filmes mais sangrentos em tempos recentes, com um nível de horror corporal que lembra clássicos como “A Mosca”, de David Cronenberg. Os últimos quinze minutos, em especial, são uma explosão de violência que pode fazer espectadores mais impressionáveis optarem por se retirar da sala.

**A Sutileza dentro do Horror**

Fargeat é habilidosa em calibrar a violência, introduzindo os elementos gráficos de forma gradual. Nos primeiros atos, a violência é mais contida, permitindo que a tensão cresça até culminar em um clímax repleto de sangue e vísceras. Essa progressão faz com que os momentos de violência tenham mais peso e impacto.

O equilíbrio tonal do filme é notável. “The Substance” não é apenas um filme de horror: a comédia e a crítica social estão igualmente presentes. O filme expressa uma raiva palpável, denunciando o sexism e o ageísmo que permeiam a indústria do entretenimento. O gore que se revela nas cenas finais é um reflexo da mensagem já contundente do roteiro.

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**Uma Crítica Cruel à Indústria de Entretenimento**

Desde os primeiros minutos, a mensagem sobre os padrões absurdos de beleza em Hollywood é evidente. A trama segue Elisabeth, interpretada por Moore, que enfrenta a luta interna de se sentir indesejável em uma indústria que valoriza a juventude e beleza. O filme apresenta uma crítica mordaz aos executivos de Hollywood, que se aproveitam da vulnerabilidade de suas jovens contratadas.

Dennis Quaid interpreta Harvey, um personagem exemplar do machismo da indústria, que não hesita em dispensar Elisabeth ao atingir os 50 anos, apesar de parecer muito mais jovem. O desenlace do ato final, que resulta na criação de uma criatura grotesca chamada “Monstro ElisaSue”, simboliza a perda de identidade das mulheres que, em busca da aceitação, sacrificam seus corpos.

**Gore como Elemento Narrativo**

O uso extremo de gore em “The Substance” é uma lufada de ar fresco em um momento em que muitos filmes de terror estão se tornando excessivamente contidos. O horror corporal não é apenas um adereço, mas uma ferramenta que serve à narrativa da crítica social do filme. O diretor utiliza o grotesco para amplificar suas mensagens satíricas, entregando uma experiência cinematográfica visceral e, ao mesmo tempo, reflexiva.

“The Substance” se encontra em cartaz nos cinemas e promete não apenas chocar, mas também causar reflexões profundas sobre os padrões de beleza e como a indústria do entretenimento impacta a vida das mulheres.

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