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CRÍTICA | Selfie Para o Inferno (Selfie From Hell), 2018

Longa é adaptação do curta de 2015 estreia na próxima Quinta (7) nos cinemas em todo o Brasil
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Chega aos cinemas na próxima Quinta (7), o filme canadense “Selfie Para o Inferno“, distribuído pela Cineart Filmes. Se trata de uma adaptação para longa de um curta de 2015 de mesmo nome que viralizou pela internet, com a chance de levar esse público a ver o resultado também nas telonas. Mas será que é bom? Vamos falar um pouco sobre o filme.

Julia (Meelah Adams) é uma youtuber alemã que vai visitar sua prima Hannah (Alyson Walker) nos Estados Unidos. Até que ao tirar umas selfies, uma espécie de monstro a ataca e a deixa doente, o que deixa sua prima bastante intrigada. Então, ela começa uma busca implacável na internet para descobrir pistas do que aconteceu com Julia, e vai se envolvendo cada vez mais, até chegar na deep web e se ver imersa nos perigos da rede.

O filme é escrito e dirigido por Erdal Ceylan, o mesmo nome responsável pelo curta, sendo esse o seu primeiro longa. Aqui ele usa praticamente a cena utilizada no curta e adiciona toda uma história depois daquele acontecimento. É um roteiro repleto de facilitações narrativas, burrice de personagem, furos enormes e viradas sem sentido. Ele até tenta se levar a sério, mas é tudo tão absurdo que é impossível para o espectador se envolver, e muito menos sentir algum tipo de medo, que o diretor tenta expressá-los através do pobre recurso dos jump scares, que ainda assim são fracos e previsíveis. Eu diria que o final do filme é completamente sem sentido, mas ele todo é.

Tecnicamente o filme é todo problemático, a genericidade da fotografia e da trilha sonora impedem o filme de criar uma atmosfera, que é imprescindível principalmente em filmes de terror e suspense. A montagem é estranha, existem cenas completamente deslocadas do restante do filme, e há uma cena onde é usado um elemento em computação gráfica que é ridícula e desnecessária. O ritmo do filme também é cansativo, e olha que ele só possui 75 minutos de duração.

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Os personagens se resumem a estereótipos. A Alyson Walker faz a Hannah, que é uma personagem que está perdida em meio a situação e passa o filme inteiro fazendo pergunta para poder explicar tudo para o expectador. É uma atuação sem profundidade nenhuma onde a atriz passa o filme inteiro fazendo a mesma cara de “não sei o que eu estou fazendo aqui“. Meelah Adams faz a Julia, personagem que está dormindo na metade do filme (será que ela recebeu o cachê pra dormir em cena?) e na outra metade tá possuída pelo demônio da selfie. Tony Giroux faz o Trevor, e apesar de ele só conhecer a Hannah pelo skype, é dele que ela vai atrás quando as coisas apertam. O mais engraçado de tudo é que depois que eles se encontram, a personagem ainda diz algo como “agora que eu percebi que é a primeira vez que a gente se vê pessoalmente“. Sério?! O melhor primeiro encontro é pra pedir ajuda para descobrir mais sobre o demônio das selfies, recomendo.

“Selfie Para o Inferno” é uma adaptação desnecessária que se escorou inteiramente no curta de 2015 que viralizou, acrescentando um enredo vergonhoso, desinteressante e sem sentido.

Confira o trailer: