“Gone Girl”, lançado em 3 de outubro de 2014, continua a ser um marco no cinema, especialmente ao considerar a complexidade de sua protagonista, Amy Elliott Dunne, interpretada por Rosamund Pike. Mesmo sabendo do reviravolta que ocorre na metade do filme, a revelação de que Amy havia planejado sua própria e aparente desaparecimento para incriminar seu marido Nick, vivido por Ben Affleck, é impactante. Esta virada torna evidente que Amy é uma das vilãs mais memoráveis e aterrorizantes da cultura pop.
É importante destacar que Amy Dunne não é uma figura a ser admirada. Ela é descrita como uma sociópata e uma assassina, cuja antipatia é ampliada no livro de Gillian Flynn. Embora a adaptação cinematográfica suavize alguns dos aspectos mais sombrios de seu caráter, a mãe dos livros “Amazing Amy” simboliza a opressão feminina e a insatisfação que ressoam com muitas mulheres. Amy foi manipulada ao longo da vida por sua família e seu marido, levando-a a um ponto de fúria explosiva.
O filme explora a indignação de Amy, que se transformou em uma força destrutiva. Em um monólogo poderoso, ela revela como foi tratada como um objeto ao longo de sua vida, motivo pelo qual sua ira se intensifica. Em sua jornada, Amy se torna uma figura tridimensional, desafiando a ideia de que vilãs femininas precisam ter traços de bondade ou moralidade.
Mesmo com suas ações chocantes, Amy é uma das personagens mais intrigantes e vistas na cultura popular recente. Após estabelecer um plano engenhoso para simular sua morte, ela encontra refúgio com seu ex-namorado, Desi Collings, vivendo uma série de eventos que culminam em seu ato mais hediondo: o assassinato de Desi, pelo qual ela o culpa injustamente.
Ao final, Amy não apenas consegue manipular os eventos ao seu favor, mas também suprime consequências por suas ações. Ela revela a Nick que está grávida, utilizando uma amostra de seu esperma, mantendo-o preso a ela de forma irrevogável. O impacto de Amy como vilã se destaca pelo fato de que, mesmo após dez anos, ela não apenas sobrevive, mas triunfa, desafiando as normas geralmente impostas a personagens femininas na narrativa cinematográfica.
“Gone Girl” permanece como uma obra relevante que abre discussões sobre o papel da mulher na sociedade, a complexidade dos relacionamentos e a natureza da vingança. O filme, através de sua vilã emblemática, deixa uma marca indiscutível no cenário cinematográfico e na memória coletiva dos espectadores.
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