O filme “De Volta para o Futuro II”, lançado em 1989, não só se tornou um clássico da ficção científica, mas também deu origem a um processo judicial que impactou a indústria cinematográfica. A situação se deu devido à ausência de Crispin Glover, que interpretou George McFly no filme original.
Quando as discussões para uma sequência começaram, a maioria do elenco, incluindo os protagonistas Michael J. Fox e Christopher Lloyd, estava pronta para retornar. No entanto, Glover e Claudia Wells, que fazia o papel de Jennifer Parker, não voltaram. Enquanto Wells decidiu não participar para cuidar de sua mãe, que estava doente, Glover ficou de fora devido a uma divergência sobre seu pagamento. Glover foi oferecido um salário de 125 mil dólares, um valor que considerou baixo em comparação aos seus colegas.
Após a negativa de Glover e a decisão de não reescrever o personagem, o diretor Robert Zemeckis optou por uma solução criativa. Glover foi substituído por Jeffrey Weissman, que recebeu modificações faciais para se assemelhar ao ator original. Entretanto, a utilização de moldes feitos com o rosto de Glover, usados para criar a aparência do novo ator, levou a uma disputa legal. Glover processou os produtores Bob Gale e Neil Canton, alegando que não tinham permissão para usar sua imagem.
Esse caso teve um desfecho fora dos tribunais, mas gerou mudanças significativas nas práticas da indústria. As novas cláusulas nos acordos de trabalho da Screen Actors Guild agora proíbem o uso de técnicas como a replicação da aparência de um ator sem o seu consentimento. Essa mudança se destaca ainda mais com o advento de tecnologias digitais e o uso de inteligência artificial.
Em retrospectiva, além de sua contribuição para a cultura pop, “De Volta para o Futuro II” também se tornou um marco na proteção dos direitos dos atores, reafirmando a importância do consentimento na utilização da imagem e likeness na indústria do entretenimento. O filme continua sendo um dos grandes marcos da ficção científica, mas seu legado vai além das previsões futurísticas e das aventuras dos personagens, ajudando a moldar o tratamento legal de questões de imagem no cinema.
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