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Um Filme de Guerra Injustamente Esquecido com Jude Law

Um Filme de Guerra Injustamente Esquecido com Jude Law
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**Frio na Montanha: Um Clássico que Merecia Mais Reconhecimento**

Em sua época áurea, a Miramax era reconhecida por produzir filmes aclamados, como “Amelie”, “Chicago” e “O Aviador”, que se tornaram ícones da cultura pop. No meio desse sucesso, “Frio na Montanha”, um épico romântico da Guerra Civil dirigido por Anthony Minghella, destacou-se. Embora tenha recebido aclamação crítica, arrecadado 173 milhões e recebido sete indicações ao Oscar, o filme parece ter sido esquecido com o passar do tempo. Mas por quê?

**Sobre o que é “Frio na Montanha”?**

A história gira em torno de Inman, interpretado por Jude Law, que, já desiludido com a luta no exército confederado, anseia por retornar a Cold Mountain, na Carolina do Norte, para reencontrar seu amor, Ada (Nicole Kidman). Depois de sobreviver a uma batalha devastadora, ele decide desertar e inicia uma jornada pela costa da Carolina do Norte. Enquanto isso, Ada, que se viu sozinha após a morte de sua família, aprende a se sustentar com a ajuda de Ruby (Renée Zellweger), uma mulher mais experiente na vida rural. As tramas de Inman e Ada se entrelaçam em uma narrativa que explora a força do amor em tempos de guerra.

**O Romance Central em “Frio na Montanha”**

O filme supõe que a ausência torna o coração mais afeiçoado ao tentar construir intriga por meio de uma estrutura de flashbacks. Esse método, no entanto, acaba por complicar uma história que poderia ser simples, resultando em uma narrativa desbalanceada. A relação entre Inman e Ada não é suficientemente desenvolvida, tornando difícil para o espectador sentir a profundidade do amor que deveria unir os dois. Embora ambos estejam lutando pela sobrevivência, Inman carece de um arco de desenvolvimento em comparação a Ada, o que faz com que a história pareça desigual.

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**A Direção de Anthony Minghella Aumenta o Impacto do Filme**

Apesar de algumas falhas no roteiro, a direção de Anthony Minghella dá vida à trama. Com um olhar poético e sensível, ele transforma até mesmo os ambientes mais hostis em algo belo. As atuações são notáveis, com Renée Zellweger se destacando como Ruby, proporcionando uma energia vibrante ao filme. Outras participações marcantes incluem Philip Seymour Hoffman como um pregador corrupto e Natalie Portman como uma mãe viúva. Essas atuações transmitiram a resiliência necessária para sobreviver em tempos difíceis e a importância da comunidade, mesmo frente à adversidade.

**O Que Levou à Queda de “Frio na Montanha”?**

Apesar de sua produção de grande orçamento e envolvimento de estrelas, o filme gradualmente se perdeu no tempo. A responsabilidade pela falta de reconhecimento muitas vezes é atribuída à Miramax, que acumulava um histórico de promover intencionalmente seus filmes em busca de prêmios, como foi o caso de “Chicago”. “Frio na Montanha” parece querer capturar uma melancolia nacional, mas a mudança nas sensibilidades culturais em relação aos personagens simpáticos ao lado confederado tirou a relevância da história. Além disso, muitos dos personagens, apesar de suas atuações, não conseguem criar uma conexão autêntica com o contexto histórico da Guerra Civil.

Renée Zellweger conquistou diversos prêmios por sua atuação como Ruby, mas essa vitória foi frequentemente vista como controversa e, alguns dirão, como uma compensação pela ausência de reconhecimento em outros filmes. Assim, sua performance se tornou um símbolo da confusão e da dualidade presente em “Frio na Montanha”, um filme que, embora bem executado, se apresenta mais como um artefato do passado do que uma verdadeira pedra preciosa da cinematografia.

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“Frio na Montanha” é uma obra que, embora ainda disponível no Prime Video, merece uma nova apreciação. É um exemplar da luta humana e da beleza encontrada em tempos de desespero, representando um balanço delicado entre a mensagem e a execução que vale a pena revisitar.

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