Stephen King é amplamente reconhecido como um mestre do terror, e suas histórias têm a capacidade de penetrar na psique dos leitores, abordando curiosidades mórbidas e verdades fundamentais sobre a condição humana. A obra “It”, publicada em 1986, é um marco no gênero de horror, inspirada por experiências do autor enquanto vivia em Boulder, Colorado, na década de 1970. Embora tenha enfrentado controvérsias na época do lançamento, o livro se destacou pelo seu exame visceral e implacável da perda da inocência infantil e as horrores associados a essa transição.
Após o sucesso de “It”, King decidiu explorar outros gêneros, afastando-se temporariamente do terror. O autor lançou “The Eyes of the Dragon”, uma obra de fantasia dedicada à sua filha, que não apreciava histórias de horror. Outros projetos, como “Tommyknockers” e “Misery”, seguiram uma linha mais próxima de ficção científica e thriller psicológico, respectivamente. A escolha de se distanciar do terror foi influenciada tanto pela controvérsia em torno de “It”, quanto por uma sensação de insegurança em relação ao seu talento, especialmente ao comparar-se a outros autores de horror, como Clive Barker.
“Você lê Clive Barker com um livro em uma mão e uma sacola de enjoo na outra. Aquele homem não está brincando. Ele tem senso de humor e não é um tonto. Ele é melhor do que eu agora. Ele é muito mais enérgico”, disse King em uma entrevista de 1986. O autor expressou dúvidas sobre sua habilidade como escritor, considerando-se “não muito bom” e apenas “um ótimo elaborador”. No entanto, essa visão crítica de si mesmo não refletiu sua real capacidade, já que mais tarde ele retornou ao gênero que o consagrou, demonstrando que sua prosa era inigualável na habilidade de criar narrativas que realmente apavoram os leitores.
Os medos que King utiliza em suas histórias frequentemente têm raízes em fobias pessoais, como aranhas, elevadores, lugares fechados e a escuridão. Sua habilidade em transformar esses medos específicos em temas universais é um dos aspectos que torna sua escrita tão poderosa e ressonante. Através de suas obras, ele consegue imprimir um senso de terror em objetos do cotidiano, como carros e cães, criando cenários sombrios que provocam o medo.
King nunca deixou completamente o terror, mesmo após considerar se afastar do gênero. Em 1989, ele publicou “The Dark Half”, sob o pseudônimo Richard Bachman, uma história sobre um autor que enfrenta o próprio alter ego. Desde então, ele se comprometeu a explorar plenamente sua afinidade pelo horror, lançando obras que continuam a assombrar e encantar os leitores.
Para os fãs de King, sua mais recente coleção de contos, “You Like It Darker”, traz doze histórias que vão desde best-sellers até conteúdos inéditos. Essas narrativas são ambiciosas e abordam temas existenciais, mostrando que King continua a ser um contador de histórias excepcional.
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