Stanley Kubrick é um dos cineastas mais influentes da história, cujo trabalho continua a inspirar novos contadores de histórias mesmo após sua morte. Kubrick foi um dos raros artistas capazes de trabalhar em vários gêneros e obter sucesso em todos eles. Seja em uma sátira social como Laranja Mecânica, um épico de ficção científica como 2001: Uma Odisseia no Espaço, um drama de guerra como Glória Feita de Sangue, ou um thriller de assalto neo-noir como O Grande Golpe, Kubrick foi capaz de subverter arquétipos de maneira que parecia fresca e emocionante. No entanto, apesar de ser amplamente considerado um de seus melhores filmes, Kubrick estava tão insatisfeito com Spartacus que ele o desconsiderou completamente.
Lançado em 1960, Spartacus é um épico histórico sobre a vida do famoso escravo e líder rebelde romano. O filme foi produzido pela Universal Pictures e foi um grande sucesso comercial e de crítica na época. Ele recebeu quatro prêmios da Academia, incluindo o de Melhor Ator Coadjuvante para Peter Ustinov. No entanto, apesar do sucesso externo, Kubrick sentiu que Spartacus não era seu trabalho verdadeiro. Ele não tinha controle criativo total sobre o filme, já que foi contratado como diretor depois que o astro Kirk Douglas demitiu o diretor original, Anthony Mann.
Kubrick teve que trabalhar com um roteiro que ele considerava medíocre e não teve a oportunidade de fazer as escolhas criativas que normalmente teria. Ele também ficou frustrado com as interferências do astro Kirk Douglas, que tinha uma influência significativa no projeto como produtor e protagonista. Kubrick acreditava que Spartacus era um filme feito pelo “sistema de estúdio”, no qual o diretor era apenas um empregado e não tinha controle artístico completo sobre o projeto.
Além disso, a falta de liberdade criativa em Spartacus marcaram a experiência de Kubrick como diretor. Ele sentiu que não conseguiu imprimir sua visão própria no filme e que suas habilidades e estilo distintos foram subutilizados. Kubrick era conhecido por sua atenção aos detalhes e seu perfeccionismo, mas em Spartacus, ele sentiu que teve que sacrificar sua visão artística em prol do sucesso comercial.
Após o lançamento de Spartacus, Kubrick tentou tirar seu nome dos créditos do filme, mas a Universal Pictures não permitiu. Ele então decidiu distanciar-se publicamente do projeto e não participou da promoção e divulgação do filme. Anos mais tarde, em uma entrevista, Kubrick afirmou que sua falta de envolvimento no filme foi uma escolha consciente, pois não queria ser associado a um trabalho com o qual não estava satisfeito artisticamente.
Apesar de sua desaprovação em relação a Spartacus, o filme continua sendo um importante marco na carreira de Stanley Kubrick. Ele foi uma das primeiras experiências do diretor em um grande projeto de estúdio e ajudou a solidificar sua reputação como um cineasta talentoso. No entanto, Kubrick optou por se concentrar em seus futuros projetos em que teria um controle criativo total, como Laranja Mecânica e O Iluminado, filmes que são amplamente considerados algumas das melhores obras do cinema.
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