**”Young Werther”: Uma Atração que Não Brilha o Suficiente**
“Young Werther”, dirigido por José Lourenço, faz uma tentativa de adaptação moderna do clássico romance “Os Sofrimentos do Jovem Werther”, de Johann Wolfgang von Goethe. Com data de estreia marcada para 11 de setembro de 2024, o filme se passa em Toronto e centra-se na história de amor não correspondido entre Werther, interpretado por Douglas Booth, e Charlotte, vivida por Alison Pill.
A trama se inicia com um tom leve e sarcástico, reconhecendo a grandiosidade da obra original, que, segundo a narrativa do filme, “deu uma reviravolta literária em toda a Europa, quase como uma mania”. Werther, ao chegar em Toronto para buscar uma estátua antes de partir para uma viagem à Europa com seu amigo Paul, se encanta por Charlotte em uma parada para gelato. Decidindo cancelar seus planos de viagem, Werther se aproxima de Charlotte na esperança de conquistar seu coração.
Apesar da forte química entre Booth e Pill, a narrativa enfrenta um desafio. Charlotte já está comprometida com Albert, um advogado carismático interpretado por Patrick J. Adams. Esse elemento traz um conflito interessante, ainda que o filme não aproveite totalmente essa dinâmica. O sucesso da química entre os protagonistas, que se conectam através de suas paixões e ideais semelhantes, é um dos pontos altos do filme; no entanto, a presença de Albert como um “antagonista” amigável desafia a expectativa usual que o público pode ter.
A atuação de Alison Pill como Charlotte se destaca, pois ela traz à personagem um charme introvertido que a torna bastante cativante. Booth, por sua vez, entrega uma interpretação enérgica como Werther, cujas endeusada e confusa busca pelo amor se torna o centro da história. A interação entre os dois é doce, mas, infelizmente, não é suficiente para elevar o filme além das convenções do gênero romântico.
Apesar de seu potencial, “Young Werther” peca ao se sentir excessivamente derivativo. As situações e sequências apresentadas evocam outras comédias românticas, tornando-o previsível. Um exemplo claro é um momento em que Werther tenta ajudar Charlotte com um vestido, uma cena que lembra diretamente filmes como “What If”, que explora uma temática semelhante.
A produção conta com a cinematografia de Nick Haight, que fornece uma estética visual agradável, alternando entre luzes vivas durante os momentos de romance e uma paleta mais sombria nos momentos de tensão. O filme tem uma duração de cerca de 90 minutos, resultando em uma narrativa que flui rapidamente, embora o ato final se sinta apressado e careça de um clímax convincente.
Em geral, “Young Werther” oferece atuações encantadoras e uma proposta visual interessante, mas falha em oferecer uma história que se destaque no gênero de comédias românticas. A mistura de leveza e seriedade não encontra um equilíbrio, resultando em uma experiência que, embora agradável, pode acabar sendo esquecível.
Aguardamos a estreia do filme, mas a sensação é de que ele poderia ter explorado mais a profundidade de sua fonte original.
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