O filme “Beetlejuice 2”, sequência do clássico de Tim Burton, traz um envolvente e inteligente uso de referências ao terror, incluindo uma notável menção ao icônico filme “Carrie”, de 1976, que traz a assinatura do autor Stephen King. Esta conexão sutil se revela no final da nova produção, onde a trilha sonora de “Carrie” desempenha um papel crucial ao sugerir uma reviravolta na narrativa relacionada aos pesadelos da personagem Lydia Deetz.
A trama de “Beetlejuice 2” se entrelaça com a de “Carrie”, embora as histórias sejam bastante distintas. O filme original de 1976, dirigido por Brian De Palma, conta a história de Carrie, uma adolescente rejeitada que descobre seus poderes sobrenaturais e acaba desencadeando um desastre durante o baile de formatura. Em “Beetlejuice 2”, após um confronto com o fantasma Betelgeuse durante um casamento frustrado, a história avança no tempo para mostrar a reconciliação entre Lydia e sua filha Astrid.
Em um momento significativo, o filme revela Lydia gravando um episódio de seu programa sobre fantasmas, enquanto se prepara para uma viagem ao icônico castelo do Drácula. A atmosfera de alegria da cena se transforma drasticamente quando, anos depois, Astrid se casa e dá à luz uma criança, que resulta ser o bebê demoníaco Betelgeuse. Este desfecho se revela, na verdade, um pesadelo que Lydia experimenta, e a música tema de “Carrie” que toca nesse segmento fornece uma pista clara de que tudo era apenas uma ilusão.
A escolha pela música tema de “Carrie” é significativa, pois ambas as narrativas culminam em pesadelos que revelam medos profundos de suas protagonistas. Na obra de King, Sue Snell, sobrevivente do massacre no baile, se vê atormentada por visões da morta Carrie, enquanto Lydia luta contra os fantasmas de seu passado e o incessante assédio de Betelgeuse. Esse elemento psiquiátrico sublinha as semelhanças entre os horrores que cada uma delas precisa enfrentar.
Assim, o uso da trilha sonora de “Carrie” em “Beetlejuice 2” não apenas faz uma homenagem ao horror clássico, mas também serve como um crucial ingrediente para entender a luta interna de Lydia. Com um final ambíguo que deixa aberto o que realmente ocorreu, o filme convida os espectadores a ponderar sobre o que é fantasia e o que é realidade, dependendo da percepção de cada um sobre o que está por trás dos pesadelos enfrentados por suas personagens.
A marca registrada de Tim Burton é inserida com comentários metalinguísticos que destacam a influência do terror em sua obra, ao mesmo tempo em que provoca reflexões sobre o legado de “Carrie”. A mistura de humor e medo característica dos filmes de Burton se prova eficaz, apresentando tanto nostalgia quanto inovação. A inclusão de tal referência não só ressalta uma conexão entre os dois filmes, mas também aprofunda a experiência do público ao desvendar os segredos que permeiam o enredo de “Beetlejuice 2”.
[Assista ao trailer no YouTube](https://www.youtube.com/user/screenrant?sub_confirmation=1)
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