A era de Daniel Craig como James Bond é notável, sendo ele o ator que mais tempo permaneceu no papel, com 15 anos e cinco filmes. A franquia foi relançada com sucesso em 2006 com “Casino Royale”, que foi seguido por “Skyfall” em 2012 e “No Time to Die” em 2021. Entretanto, os filmes “Quantum of Solace” de 2008 e “Spectre” de 2015 são frequentemente vistos como as entradas mais fracas de sua era e até da franquia Bond como um todo.
Embora ambos os filmes tenham recebido críticas mistas, “Quantum of Solace” é muitas vezes considerado o pior por diversos motivos. O filme foi afetado pela greve do Writers Guild of America em 2007-2008, resultando em sérios problemas de roteiro. Além disso, ele não conseguiu atender às altas expectativas geradas por “Casino Royale”, deixando muitos fãs desapontados. Por outro lado, “Spectre” também causou frustração entre os críticos, fazendo com que, com o passar dos anos, fosse considerado o mais fraco dos dois.
Aqui estão algumas razões para argumentar que “Quantum of Solace” é, na verdade, um filme melhor que “Spectre”:
1. **Continuação da História**: “Quantum of Solace” segue diretamente a trama de “Casino Royale”, explorando as consequências emocionais da traição de Vesper Lynd em uma narrativa que aprofunda o desenvolvimento do personagem de Bond. Ele exibe a transição de Bond de um agente motivado pelo dever para alguém que percebe que a vingança não traz paz.
2. **Menos Dependente de Conexões Anteriores**: Apesar de os filmes de Bond geralmente se manterem autônomos, “Spectre” tenta unir seus enredos ao criar um universo interconectado, o que acaba reescrevendo eventos dos filmes anteriores de Craig. A revelação de que o vilão Blofeld foi responsável pelos antagonistas anteriores retira a potência de seus conflitos, tornando-os menos relevantes.
3. **Atualização das Convenções do Personagem**: “Quantum of Solace” moderniza os elementos tradicionais de Bond. O filme não apresenta a icônica introdução “Bond, James Bond” e tem a primeira Bond girl que não se envolve romanticamente com o agente. O vilão, Dominic Greene, também reflete problemas contemporâneos, usando a água como arma econômica, um desvio inteligente do que se esperaria de um antagonista da franquia.
4. **Foco no Agente como Profissional**: Em “Quantum of Solace”, a vida pessoal de Bond interfere em seu trabalho de forma realista. Já em “Spectre”, ele se torna ligado à trama principal, o que diminui a grandeza do personagem ao transformá-lo em alguém escolhido por forças maiores.
5. **Falta de Criatividade em “Spectre”**: “Spectre” falha em inovar ao se apoiar em elementos da série que já foram utilizados, como o retorno de personagens conhecidos. Sua tentativa de construir um grande vilão como Blofeld, ao mesmo tempo reciclando sua história, revela uma falta de originalidade que não ressoa com o público.
A jornada de Bond é repleta de altos e baixos, mas “Quantum of Solace”, apesar dos seus defeitos, mantém uma narrativa que busca expandir a história do agente, enquanto “Spectre” parece mais uma tentativa de revisitar o passado de maneira que não satisfaz o espectador.
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