“Game of Thrones” é conhecido por suas recastes, que se tornaram inevitáveis devido à complexidade da produção e ao grande número de personagens. Entre os recastes notáveis estão os de Daario Naharis, com dois intérpretes, e também os de Myrcella e Tommen Lannister, que tiveram novos atores a partir da segunda temporada. Um dos recastes que passa despercebido, no entanto, é o do Night King, líder dos White Walkers.
Nas temporadas 4 e 5, o Night King foi interpretado pelo ator galês Richard Brake, conhecido por seus papéis em “Batman Begins” e “Barbarian”. Contudo, Brake não pôde retornar para a sexta temporada devido a compromissos com a série “The Bastard Executioner”. Esse programa, ambientado no século 14 no País de Gales, acabou sendo cancelado rapidamente. Brake esclareceu que, caso tivesse continuado em “Game of Thrones”, poderia ter perdido outras oportunidades de trabalho. Sobre o final de “Game of Thrones”, o ator comentou: “Eu assisti ao fim da temporada. Eu não sabia antecipadamente o que ia acontecer, mas adorei a forma como meu personagem morreu, porque Arya sempre foi a minha favorita. Não fiquei surpreso. Achei um desenvolvimento brilhante, na verdade.”
Na sexta temporada, o Night King foi interpretado pelo dublê Vladimir Furdik. Enquanto a série transformou os White Walkers em zumbis de gelo, o Night King se destacou por sua aparência, que incluía um crânio careca adornado por chifres em forma de coroa. A maquiagem elaborada utilizada em ambos os atores fez com que as diferenças fossem sutis e facilmente ignoradas pelo público.
Além de assumir o papel do Night King, Furdik também interpretou sua forma humana no episódio “The Door”. Neste episódio, Bran Stark descobre as origens dos White Walkers, revelando uma história complexa sobre a guerra entre os Primeiros Homens e os Filhos da Floresta. A narrativa sugere que as crianças criaram os White Walkers para destruir a humanidade, mas perderam o controle sobre suas criações.
A recenação do Night King ilustra as dificuldades que “Game of Thrones” enfrentou em desenvolver personagens coesos e significativos ao longo da série. O Night King, que surgiu como uma presença ameaçadora a partir da quarta temporada, foi muitas vezes visto mais como um obstáculo do que como um personagem integral à trama. Sua representação como um arquétipo de “Senhor das Trevas” não recebeu a profundidade desejada, refletindo uma crítica mais ampla às decisões criativas tomadas pelos criadores da série.
A concepção dos White Walkers e do Night King foi, em geral, simplificada comparada ao material original de George R. R. Martin. Os criadores da série, David Benioff e D.B. Weiss, optaram por reduzir o uso de elementos mágicos em favor de uma narrativa mais realista. Essa escolha culminou em um final que não agradou muitos fãs, especialmente levando em conta a rápida eliminação do exército dos mortos ao seguir um clichê narrativo.
Por fim, a questão sobre se George R. R. Martin tem uma visão clara para a história dos White Walkers permanece sem resposta. Apesar da reviravolta do final da série, a saga escrita continua em aberto, com Martin ainda sem completar os livros da série “As Crônicas de Gelo e Fogo”. É um mistério se o autor conseguirá dar a devida profundidade e resolução à história dos Outros, que ainda permanece nebulosa tanto na obra original quanto na adaptação da HBO.

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