**Reavaliando Shadow the Hedgehog: Um dos maiores erros de 2005**
No dia 8 de março de 2005, ocorreu o primeiro evento do “Walk of Game”, onde figuras icônicas dos videogames como Mario, Link, Sonic e Master Chief foram homenageadas por suas contribuições à indústria. Sonic, por sua vez, teve um trailer que recontava suas melhores aventuras desde sua criação em 1991.
Contudo, o que veio a seguir foi surpreendente. Durante o vídeo, imagens clássicas de Sonic foram interrompidas por tiros, revelando Shadow the Hedgehog em uma nova e sombria aparência. Nesse jogo, Shadow exibia uma variedade de armas, incluindo pistolas e rifles, o que gerou muitos questionamentos entre os fãs. Por que um jogo do Sonic iria por um caminho tão “edgy”? Era uma tentativa de se modernizar?
A resposta para essas questões é um reflexo da mudança de paradigma na indústria dos jogos na época. Os protagonistas sombrios e atormentados estavam em alta e os jogos de tiro em primeira e terceira pessoas ganhavam popularidade, em especial no mercado americano. O diretor Takashi Iizuka buscava ampliar o público da franquia Sonic enquanto mantinha os fãs antigos. Infelizmente, o resultado não foi como o planejado.
No jogo, Shadow acorda sem memória e, durante sua jornada, encontra Black Doom, um alienígena que promete revelar seus segredos em troca das Esmeraldas do Caos. O dilema moral começa aqui: Shadow deve escolher entre lutar pelos habitantes do planeta ou se aliar à invasão alienígena. O sistema de moralidade do jogo permite que os jogadores decida o destino de Shadow – se o jogador deseja ser um herói, vilão ou permanecer neutro, cada escolha influencia os níveis futuros.
O jogo possui dez finais iniciais, cada um trazendo uma narrativa diferente e oferecendo um total impressionante de 326 caminhos distintos para concluir a história. Para acessar o final canônico, os jogadores devem desbloquear todos esses finais, revelando um Shadow que, mesmo sendo um anti-herói, possui um coração corajoso.
Quando se trata do combate, Shadow the Hedgehog mantém a jogabilidade dos títulos anteriores, porém, permite ao protagonista coletar e usar armas de seus inimigos, como rifles e espadas. Apesar de muitos jogadores abordarem o jogo sem usar armas, elas se mostraram mais eficazes em eliminar os inimigos do que os ataques tradicionais. Essa abordagem gerou debates sobre a adequação de um personagem como Shadow, conhecido por sua agilidade, ser visto utilizando armas.
Além disso, o tom mais maduro do jogo se reflete na linguagem dos personagens e nas interações, com algumas pitadas de palavrões, algo inédito na franquia. Isso, combinado ao fator da violência, como os inimigos alienígenas sangrando (mesmo que o sangue tenha sido alterado para verde), contribuiu para a sensação de um jogo mais “adulto”.
Assim, a pergunta que fica é: Shadow the Hedgehog é um bom jogo? Para aqueles que cresceram com Sonic, a resposta é um “mais ou menos”. É um conceito questionável, um evidente esforço para aproveitar a onda dos jogos sombrios. A execução é razoável, mas não mais do que isso. O jogo não possui a mesma relevância que outros títulos da série Sonic, e mesmo a própria Sonic Team tende a ignorá-lo em suas referências, tornando difícil encontrá-lo nas plataformas atuais.
A recente onda de novidades sobre Sonic e Shadow, junto a um novo lançamento do jogo, mostra que, mesmo após todos esses anos, a equipe ainda busca entender e aproveitar o potencial que o personagem Shadow pode ter. Apesar de suas falhas, ideias interessantes surgiram de Shadow the Hedgehog, refletindo um desses momentos únicos na evolução dos jogos.
O jogo pode não ter agradado a todos, mas é um lembrete de que, mesmo os títulos controversos, deixaram marcas na história dos videogames e contribuições valiosas para a jornada de seus personagens.
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