O diretor Nicholas Meyer, responsável por “Star Trek II: A Ira de Khan”, expressou sua insatisfação em relação ao filme “Star Trek Into Darkness”, lançado em 2013 e dirigido por J.J. Abrams. Embora a ideia de receber uma homenagem a seu trabalho possa parecer lisonjeira, para Meyer, a abordagem do novo filme foi mais irritante do que elogiável.
Em uma entrevista de 2018, Meyer discutiu como “Into Darkness” se inspira fortemente em “A Ira de Khan”, especialmente ao revelar que o personagem de Benedict Cumberbatch era uma versão de Khan Noonien Singh, que já havia sido interpretado por Ricardo Montalbán. Apesar de uma campanha publicitária que tentou ocultar essa revelação, rapidamente ficou claro que o filme era uma reinterpretação do clássico, com uma narrativa que espelhava a angústia e o desfecho trágico do original, mas com alterações que não conseguiram agregar valor à história.
Meyer destacou que, embora a ideia de uma homenagem fosse um pouco gratificante, ele via “Into Darkness” como uma cópia sem inovação que não acrescentava nada novo à sua obra. Ele comentou: “É legal ser tão amado que alguém queira prestar uma homenagem ao que você fez, e eu me senti lisonjeado, mas na minha visão artística, se você vai fazer uma homenagem, precisa acrescentar algo. Apenas trocar as palavras de boca em boca não resulta em nada. Se você tem alguém morrendo em uma cena e é ressuscitado logo depois, não há drama real acontecendo. Torna-se apenas um truque.”
Meyer enfrentou muitos desafios durante a produção de “A Ira de Khan”, incluindo tentativas de boicote por parte de Gene Roddenberry, criador da franquia. Assim, não é surpreendente que ele tenha ficado frustrado com as semelhanças entre os dois filmes.
Além disso, “Star Trek Into Darkness” tinha potencial para ser um bom filme por si só, mas sua tentativa de se espelhar em “A Ira de Khan” prejudicou sua narrativa. Apesar de não ser o pior filme da franquia, a produção se mostrou uma sequência frustrante ao divertido filme de 2009. O elenco do novo universo Kelvin, que inclui o saudoso Anton Yelchin como Chekov e Karl Urban como o Dr. McCoy, além de Cumberbatch como um vilão convincente, acabou sendo ofuscado pela nostalgia excessiva do roteiro.
Por fim, essa não foi a primeira vez que Abrams foi criticado por refazer outros filmes em sua própria visão, já que sua direção de “Star Wars: Episódio VII – O Despertar da Força” também soube muito da história original de “Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança”. Isso levanta a questão se o cineasta deveria se afastar de grandes propriedades de ficção científica até que tenha novas ideias para oferecer.
Filmes, séries, músicas, bandas, clipes, trailers, críticas, artigos, uma odisseia. Quer divulgar o seu trabalho? Mande seu release pra gente!