Stephen King, um dos maiores nomes da literatura de terror, compartilhou suas reflexões sobre qual seria o filme mais aterrorizante já feito. Em um ensaio recente na Variety, King aborda a subjetividade do medo no cinema, afirmando que a percepção do que é assustador pode variar conforme a idade do espectador. Para ele, aos 16 anos, o filme que mais o assombrou foi “A Casa do Coração Soprano” (The Haunting), enquanto na fase adulta, foi “A Bruxa de Blair” (The Blair Witch Project), que o impactou com seu crescente sentimento de desespero.
No entanto, o filme que King escolheu como o mais assustador de todos os tempos é o clássico “A Noite dos Mortos-Vivos” (Night of the Living Dead), dirigido por George A. Romero, lançado em 1968. Este longa, considerado um marco no gênero zumbi, estabeleceu a base para as produções futuras. A trama gira em torno de um grupo de personagens que se refugiam em uma casa enquanto os mortos-vivos vagam do lado de fora. Embora os zumbis se movam lentamente, eles apresentam um perigo mortal, consumindo qualquer um que se aproxime.
Um dos aspectos inovadores do filme de Romero foi a escolha do ator Duane Jones, que interpretou o protagonista Ben. King destaca que, mesmo que Romero tenha escolhido Jones simplesmente por seu talento, a presença de um personagem principal negro em um filme de terror em 1968 foi um feito significativo e trouxe um comentário social sutil à narrativa. O conflito entre Ben e o personagem Cooper, interpretado por Karl Hardman, também reflete tensões sociais e interraciais da época.
King observa que, embora “A Noite dos Mortos-Vivos” possa ter perdido parte de seu poder impactante ao longo dos anos, ele ainda recorda a sensação de terror absoluto que sentiu ao assisti-lo pela primeira vez. Desde sua estreia, o filme se tornou um grande sucesso, arrecadando mais de 250 vezes seu orçamento e solidificando seu status como um clássico do horror. Com isso, Romero continuou a desenvolver uma série de sequências, incluindo a famosa “Amanhecer dos Mortos” (Dawn of the Dead).
Atualmente, “A Noite dos Mortos-Vivos” continua a influenciar o gênero, sendo um exemplo perfeito de como o terror pode não apenas assustar, mas também provocar reflexões sociais e culturais.
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