O cineasta Sean Baker é reconhecido por sua abordagem contemporânea e nostálgica ao cinema americano. Ele busca um equilíbrio entre a reverência pela história do cinema e a relevância para o presente, proporcionando uma representação significativa de grupos marginalizados através de personagens vibrantes e complexos. Seu trabalho é especialmente notável por tocar um público jovem e diversificado, capaz de se identificar com suas narrativas, que oscilam entre o humor e a tragédia.
Seu mais recente filme, “Anora”, traz Mikey Madison no papel de Ani, uma stripper em um clube de Nova York. A trama se desdobra quando Ani encontra Vanya, um jovem rico russo, resultando em uma rápida paixão que culmina em um casamento em Las Vegas. No entanto, ao retornarem a Nova York, a família oligárquica de Vanya tenta desmantelar a união. O filme equilibra uma comédia de costumes com uma análise sensível dos personagens, consolidando-se como uma das obras mais encantadoras de Baker até agora.
Baker compartilha que teve tempo considerável para ensaiar com seu elenco, algo que considera essencial para o fluxo das cenas, especialmente ao trabalhar com atores experientes que trouxeram performances ricas e variadas. Ele menciona a importância de ensaios detalhados, especialmente em cenas que exigiram coreografias complicadas. O cuidado com cada cena reflete o compromisso de Baker em criar uma experiência cinematográfica envolvente e autêntica.
Além disso, Baker tem explorado a temática do trabalho sexual em seus filmes, buscando representar essa realidade de maneira respeitosa. Ele observa que, embora tenha havido pequenas melhorias na conversa em torno do tema, muitas dificuldades ainda permanecem. Para ele, é crucial envolver pessoas que vivenciam essas experiências para garantir que suas histórias sejam contadas de forma verdadeira.
Curiosamente, “Anora” também faz referências a filmes clássicos de Jess Franco, incluindo uma homenagem à atriz Soledad Miranda. Baker utiliza elementos característicos desses filmes, como um lenço vermelho, que simboliza tanto a repressão quanto o conforto para a personagem Ani. Essa ligação ao cinema europeu dos anos 70 é um reflexo da vontade de Baker de reintegrar audácia e liberdade criativa no mainstream americano.
Baker, com um olhar atento às locações, tem um especial apreço pela cultura local que retrata em suas obras. A autenticidade dos cenários em “Anora” é resultado de uma cuidadosa pesquisa e interação com a comunidade, o que enriquece a narrativa e a torna mais palpável para o público.
Ao considerar o futuro de seus personagens, Baker revela que gosta de deixar pistas em seus filmes, criando conexões e “Easter eggs” que ligam suas obras. Ele expressa um desejo de revisitar personagens, dada a profundidade que seus atores trouxeram a eles, mostrando que sua jornada como cineasta está longe de terminar.
“Anora” já está em cartaz nos cinemas.
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