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Mike Flanagan eleva a qualidade de uma sequência de terror medíocre.

Mike Flanagan eleva a qualidade de uma sequência de terror medíocre.
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Apenas Mike Flanagan poderia fazer um prelúdio de qualidade para um filme de terror ruim

Era uma vez, em um tempo assustador, Mike Flanagan não estava interessado em fazer uma sequência de terror. O escritor-diretor dos filmes originais arrepiantes Absentia, Oculus, Hush e Before I Wake se descreveu para a Esquire em 2016 como “tendo uma alergia a sequências e remakes em geral”. Ouija, um filme de 2014 da Universal Pictures, recebeu críticas negativas mas teve lucros impressionantes o suficiente para justificar uma sequência (com um arrecadamento mundial de US$ 103 milhões contra um orçamento de apenas US$ 5 milhões). Enfrentando um dilema criativo, os executivos da Universal, em colaboração com Jason Blum da Blumhouse Productions (que co-produziu o filme Oculus de Flanagan), procuraram um cineasta que pudesse melhorar os erros de Ouija. Apesar do desinteresse de Flanagan, Blum prometeu a ele quase total liberdade no projeto.

Ouija: Origem do Mal, lançado em 2016, foi resultado dessa colaboração improvável. Flanagan assumiu o desafio de criar um prelúdio para o filme de terror mal recebido anteriormente. Ambientado em 1967, o filme conta a história de uma mãe viúva e suas duas filhas que se envolvem em experiências sobrenaturais após incorporarem uma tábua Ouija em seu truque de fechar negócios com espíritos. Enquanto o primeiro filme não alcançou o sucesso, Ouija: Origem do Mal recebeu críticas muito mais positivas, elogiando o seu enredo envolvente, atmosfera assustadora e personagens bem desenvolvidos.

O que torna esse prelúdio de terror tão especial é a habilidade de Mike Flanagan em contar histórias assustadoras com profundidade emocional. Seus filmes anteriores, como Absentia e Oculus, já mostravam que ele tinha uma abordagem única para o gênero, focando no desenvolvimento de personagens e na criação de atmosferas aterrorizantes. Com Ouija: Origem do Mal, Flanagan continuou essa tradição, entregando um filme de terror que também explora temas como luto, traumas e a força do amor familiar.

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O elenco do filme também desempenha um papel crucial no seu sucesso. Elizabeth Reaser interpreta a mãe viúva, trazendo uma performance cativante e emocionalmente carregada. A dupla de jovens atrizes, Lulu Wilson e Annalise Basso, também entrega performances impressionantes como as duas filhas da família afetada pelo sobrenatural. A química entre o elenco é evidente e ajuda a construir uma conexão emocional com os espectadores.

Além disso, a direção de Flanagan é precisa e habilidosa. Ele utiliza uma combinação eficaz de técnicas cinematográficas, como jogos de câmera criativos, uso inteligente de luz e sombras e uma trilha sonora arrepiante para criar uma atmosfera de suspense constante. O resultado é um filme de horror que mantém o público tenso e apreensivo do início ao fim.

Mesmo sendo baseado em um filme de terror anteriormente mal recebido, Ouija: Origem do Mal transcende as expectativas e prova que Mike Flanagan é um mestre do gênero. Sua capacidade de criar filmes assustadores e envolventes, que vão além das convenções tradicionais de filmes de terror, é evidente em cada quadro. A parceria com Jason Blum e a Blumhouse Productions foi um acerto, permitindo que Flanagan tivesse a liberdade criativa necessária para desenvolver esse prelúdio de qualidade.

No final das contas, apenas Mike Flanagan poderia ter transformado um filme de terror ruim em um prelúdio de qualidade. Sua visão única, habilidades de direção e talentoso elenco elevaram Ouija: Origem do Mal a um novo patamar, entregando uma experiência arrepiante e emocionalmente envolvente aos espectadores. É uma prova de que até mesmo os filmes de terror mais mal recebidos podem ser resgatados por um talento excepcional e uma abordagem criativa inovadora.