Keanu Reeves desempenhou um papel crucial na escolha do título que se tornaria icônico para a franquia “John Wick”. Inicialmente, o filme, lançado em 24 de outubro de 2014, tinha o título de “Scorn”. O roteirista Derek Kolstad nomeou o personagem principal de Wick em homenagem ao seu avô, mas o título da obra não refletia o nome do protagonista. Durante a produção, Keanu Reeves, que assinou para atuar no filme, começou a se referir à obra como “John Wick” em entrevistas e reuniões.
Essa confusão com o título acabou se tornando uma bênção disfarçada. A equipe de marketing da produtora percebeu que Reeves havia gerado muito interesse pelo nome “John Wick”, o que resultou em um valioso marketing gratuito. Assim, ao invés de ter que lançar uma campanha publicitária dispendiosa para um filme intitulado “Scorn”, a decisão foi manter o título que já começava a chamar a atenção do público. Kolstad, o criador original do nome “Scorn”, admitiu que não conseguia imaginar o filme com esse nome.
Um dos pontos que torna “John Wick” mais eficaz do que “Scorn” é a singularidade do título. “Scorn” poderia facilmente se perder entre outros filmes de ação de um só título e não individualizaria a narrativa que começa com o assassinato de um cachorro, levando o protagonista a buscar vingança. O título “John Wick” gera uma série de perguntas sobre o personagem e lhe confere uma presença mítica que reverbera com os fãs.
Além disso, a franquia “John Wick” não teria alcançado o mesmo sucesso se fosse lançada com o título original. Embora o filme, na essência, continue sendo sobre um assassino em busca de vingança, o título “Scorn” poderia muito bem ter impedido sua ascensão e expansão em uma franquia. “John Wick” criou um universo rico, incluindo o Continental, um hotel exclusivo para assassinos, e possibilitou o desenvolvimento de sequências e até um spin-off.
O que realmente capturou a atenção do público foi a abordagem singular da história, que diferentemente de muitos filmes de vingança, destaca o sofrimento do protagonista não apenas pela perda de sua esposa, mas também do seu animal de estimação. Esta tragédia emocional ofereceu ao público um motivo mais profundo para se conectar com a narrativa. Se “Scorn” tivesse sido o título, talvez esse engajamento nunca tivesse ocorrido, e a franquia poderia ter desaparecido na obscuridade.
Portanto, graças a um erro de nomenclatura se transformou em uma das franquias de maior sucesso do cinema moderno, marcada pela construção de personagens e uma narrativa envolvente que conquistou o coração dos espectadores.
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