Pular para o conteúdo

Joker: Folie à Deux e a Coragem de Ser Divisivo

Joker: Folie à Deux e a Coragem de Ser Divisivo
Avalie este artigo

**Defesa de “Joker: Folie à Deux”**

“Joker: Folie à Deux”, a sequência do aclamado “Joker” dirigida por Todd Phillips, é uma obra que diverge significativamente do filme original, algo que gerou críticas, mas que pode ser interpretado como uma escolha narrativa acertada. O primeiro filme foi notável, marcando uma nova era no cinema, fazendo uso de um baixo orçamento para contar uma história poderosa. Phillips, assim como Tobe Hooper antes dele, ao criar uma sequência, escolheu não repetir a fórmula de sucesso, mas levar a narrativa a um nível ainda mais insano.

A recepção inicial ao filme, especialmente em relação à performance de Joaquin Phoenix como Arthur Fleck, foi mista, com uma baixa aprovação do público. Críticas sobre desvio do material fonte e a forma como os números musicais foram incorporados à trama foram frequentemente levantadas. No entanto, essas escolhas podem ser vistas como reflexões intencionais do estado mental de Arthur.

Phillips conseguiu usar os elementos da cultura pop para transmitir uma mensagem social, fazendo paralelos entre as dificuldades de Arthur e questões contemporâneas, como a falência dos serviços sociais e a divisão política. A conexão de Arthur com figuras históricas que se tornaram ícones de vigilantismo também é notória, elevando o filme a uma discussão mais ampla sobre idolatria e revolução.

Embora “Joker: Folie à Deux” possa parecer um epílogo para o primeiro filme, ele capta a realidade da trajetória de Arthur, um personagem que nunca foi verdadeiramente o vilão desejado pelos fãs. A narrativa não busca glorificar a figura do Joker, mas apresentar de forma crua as consequências de suas ações, criando uma discussão sobre a sua real natureza.

Leia Agora  Uma Nova Visão: Wanda e Peter como Irmãos na Marvel

Os desempenhos de Lady Gaga como Lee Quinzell e Brendan Gleeson como Jackie Sullivan se destacam, embora suas nuances sejam apresentadas em momentos diferentes. A performance de Phoenix mais uma vez impressiona, mostrando uma gama de emoções que solidificam sua aclamada interpretação. A introdução animada do filme, que marca o debate entre Joker e Arthur, estabelece um tom único, enquanto a cinematografia de Lawrence Sher e a trilha sonora de Hildur Guðnadóttir complementam a atmosfera sombria e carregada do filme.

Os números musicais, embora possam desagradar alguns, são pontuais e bem executados, oferecendo um contraste que enriquece a narrativa e aborda as emoções de Arthur de maneira mais visceral.

“Joker: Folie à Deux” é uma obra polarizadora, que pode ser difícil de digerir, mas que ao mesmo tempo cativa por sua audácia e pela profundidade de seus temas. Apesar das críticas, há um potencial para que o filme encontre uma nova apreciação à medida que o tempo passa, similar ao que ocorreu com muitos clássicos cult.

Essa sequência pode não ter sido a continuação que todos desejavam, mas, sem dúvida, trouxe uma experiência única e provocadora ao público.

Marcações: