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CRÍTICA | ‘Perdidos no Espaço’ não traz nada de novo, mas mantém bem a sua essência

Remake da Netflix da clássica série dos anos 60 tem linguagem simples
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Netflix lançou nesta Sexta (13), o remake da clássica série dos anos 60 “Perdidos no Espaço“, um dos maiores sucessos da tv americana e que chegou a ser exibido no Brasil pela TV Record. Além disso, em 1998, foi lançado um filme baseado nesta mesma série. Então, chegou a hora de ver o que essa terceira versão nos reserva.

Eu não vi a série clássica, então essa análise vai ser livre de comparativos e vai focar essencialmente na série de 2018 e em seus acertos e erros como produção independente.

Os integrantes da família Robinson partem em uma missão de colonização espacial, até que um incidente os fazem desviar seu caminho e eles vão parar em um planeta desconhecido.

A premissa é bem simples, como quase tudo na série. Não existe nada muito complexo ou difícil de entender, é uma linguagem acessível para abranger tanto os fãs da série original, quanto quem tá vendo pela primeira vez. Os protagonistas são carismáticos e é fácil se envolver com a família Robinson.

Por outro lado, toda essa simplicidade acaba tornando a série muito, mas muito previsível. Quem tem um pouco mais de bagagem cinéfila vai identificar fácil os caminhos a serem tomados. O uso do “Deus ex machina” acontece em quase todos os episódios, que pra quem não sabe, é um recurso utilizado como uma solução inesperada para salvar alguém no momento exato. O grande problema do excesso desse recurso, é que a gente nunca sente que os personagens estão correndo real perigo, pois a gente sempre sabe que vai aparecer algo para salvá-los.

A construção dos personagens também é um pouco confusa, pois eles acabam se contradizendo em certos momentos. A vilã Dr. Smith, nos passa um senso de ameaça pelo que ela é capaz de fazer, mas as motivações dela não são convincentes o bastante para justificar tudo que ela faz. O que funcionou melhor, sem dúvidas é a relação do Will com o robô, sentimos a amizade e o protecionismo mesmo sem o robô falar. Quanto ao robô, eu esperava que ele gerasse mais conflitos entre os humanos, entre os que são a favor e contra a presença dele.

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As atuações são razoáveis no geral, a falta de profundidade no roteiro não dá muita margem para os atores se aprofundarem nos personagens. Mas temos alguns bons trabalhos de Molly ParkerParker Posey e Sibongile Mlambo. Os demais são esquecíveis, salvo alguns por seu carisma.

Tecnicamente, a série é muito boa. Destaque para a trilha sonora, que provavelmente é a melhor coisa da série, tanto nos momentos grandiosos, quanto nos momentos mais íntimos. Os efeitos visuais também não ficam atrás, principalmente os que envolvem o robô e voo das naves, é tudo muito convincente e palpável.

A ambientação é muito bem feita também, apesar de eu achar o planeta em questão não muito diferente da Terra. A série até demonstra em momentos específicos as particularidades dele, mas faltou ver mais em relação ao céu, a fauna, a flora, etc. Mas isso não chega a incomodar. Fora isso, os planos abertos são belíssimos e trazem um visual bem peculiar para a série.

No geral, “Perdidos no Espaço” é uma série previsível, com uma linguagem simples, mas que traz na nostalgia e em sua beleza visual aquilo que muitos esperam. É divertida e deve ser renovada, até porque ficaram muitos pontos em aberto e seria decepcionante saber que não teríamos um desfecho.