**A Substância (2024)** é um recente filme de terror corporal que faz uma crítica contundente aos padrões de beleza impostos por Hollywood. Sob a direção de Coralie Fargeat, a obra se destaca por criar um mundo que, embora reconhecível, é sabiamente distorcido da realidade. Após sua estreia em maio, o filme foi lançado nos cinemas em 20 de setembro de 2024.
Com Demi Moore e Margaret Qualley no elenco, a narrativa gira em torno de uma celebridade em queda que recorre a uma droga do mercado negro para tentar se reconstruir em uma versão mais jovem e bela de si mesma. O filme explora a pressão que as mulheres sentem em relação ao envelhecimento e o impacto disso na saúde mental e física, culminando em um final surpreendente, sangrento e simbólico.
Embora não tenha se destacado nas bilheteiras, a crítica aplaudiu o filme, que venceu o prêmio de Melhor Roteiro no 77º Festival de Cannes e o Prêmio do Público na sessão Midnight Madness do 49º Festival Internacional de Cinema de Toronto. Ele mantém uma impressionante aprovação de 89% no Rotten Tomatoes e uma média de 4,1 estrelas no Letterboxd.
### Sinopse de A Substância
No filme, conhecemos Elisabeth Sparkle, interpretada por Demi Moore, uma atriz renomada que, ao completar 50 anos, é demitida de seu programa de aeróbica ao ouvir seus produtores falarem sobre sua idade e aparência. Após um acidente de carro causado pela visão de sua imagem sendo retirada de um outdoor, Elisabeth recebe um pen drive misterioso oferecendo “A Substância”, uma droga capaz de criar uma versão melhor de si mesma.
Ela decide experimentar e dá origem a uma nova persona, Sue, interpretada por Margaret Qualley. As duas compartilham a mesma consciência, mas devem alternar seus corpos a cada sete dias. Conforme Sue se torna a estrela do programa que substitui Elisabeth, a autoestima desta última entra em colapso, forçando-a a testemunhar a ascensão de Sue e sua própria deterioração.
Depois de um tempo, Elisabeth tenta interromper o uso da substância, mas isso leva a uma ruptura em sua conexão com Sue. Em um final dramático, Sue decide eliminar Elisabeth e se prepara para seu grande show de Ano Novo.
### O Clímax e a Conclusão
Com a morte de Elisabeth, Sue perde a capacidade de se estabilizar e seu corpo rapidamente se deteriora. Desesperada, ela utiliza um ativador restante, que resulta na criação de um híbrido monstruoso das duas. Ao chegar ao estúdio, Sue se torna um espetáculo horrendo, provocando pânico na audiência, culminando com sua decapitação e um jorro de sangue que cobre todos no estúdio.
O filme finaliza com a imagem do rosto original de Elisabeth, reduzido a uma pequena parte de um blob, deslocando-se em direção a sua estrela na Calçada da Fama de Hollywood. Este gesto serve como um símbolo de autoaceitação, ao passo que a sujeira e o sangue deixados por ela são limpos de maneira rotineira.
### A Crítica aos Padrões de Beleza
A Substância aborda a dolorosa realidade da pressão estética que mulheres, especialmente as mais velhas, enfrentam no mundo do entretenimento. Apesar de Elisabeth ser retratada como bela e adorada por seus fãs, a indústria a empurra para o desespero ao não aceitar o seu envelhecimento. Enquanto isso, a nova estrela, Sue, criada de sua insegurança, se transforma em um monstro, reforçando a ideia de que a busca pela perfeição pode dissipar a própria essência da pessoa.
O filme não apenas utiliza o terror corporal para chocar, mas também para enviar uma mensagem crítica sobre a superficialidade na indústria de cinema e televisão. Ao longo da obra, a transformação de Elisabeth em um ser monstruoso é um claro reflexo do impacto avassalador que os padrões de beleza podem ter na vida de uma mulher.
A Substância é um convite à reflexão sobre como o autoaceitamento é frequentemente ofuscado pela obsessão por padrões inatingíveis.
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