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As Ideias Inusitadas por Trás do Musical dos Macacos

As Ideias Inusitadas por Trás do Musical dos Macacos
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A sétima temporada de “Os Simpsons” é considerada uma das melhores da história da televisão. Durante essa fase, o programa ainda estava em sua “era de ouro”, apresentando uma sequência constante de episódios clássicos. Essa temporada é especialmente lembrada por episódios icônicos que envolvem o personagem Milhouse, como “Summer of 4ft. 2”, que se destaca pela sua abordagem de humor negro e pelas situações de abuso emocional enfrentadas por ele.

Um dos episódios mais memoráveis dessa temporada é “A Fish Called Selma”, onde o ator em decadência Troy McClure tenta reiniciar sua carreira ao se casar com a irmã de Marge. Em sua jornada para o estrelato, McClure estrela o musical cômico “Stop the Planet of the Apes, I Want to Get Off!”, que conta com uma grande performance musical centrada no personagem Dr. Zaius do filme original. Da mesma forma, essa cena poderia ser considerada uma das melhores de “Os Simpsons”, ainda referência até hoje, superada apenas pela famosa canção do Monorail.

O musical “Stop the Planet of the Apes” condensa em dois minutos uma paródia do filme “Planeta dos Macacos” de 1968, do hit pop “Rock Me Amadeus” do artista austríaco Falco, e do musical de 1961 “Stop the World, I Want to Get Off!”, misturando as características mais absurdas do teatro musical. A performance inclui até um macaco breakdancer, resultado de uma sessão de pitches descontraídos entre os roteiristas, liderados pelos showrunners Bill Oakley e Josh Weinstein.

A ideia do musical surgiu de um rascunho inicial que não incluía a paródia. Os roteiristas sabiam apenas que Troy McClure precisava de um grande retorno. Assim que a proposta do musical foi apresentada, uma série de ideias malucas começou a fluir na sala de roteiristas, levando à criação desse momento satírico marcante.

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Oakley e Weinstein, que estavam envolvidos com “Os Simpsons” desde a terceira temporada, decidiram seguir o lema de que nenhuma ideia deve ser descartada, independente de quão estranha ela pareça. Conforme Weinstein comentou, “nunca descarte uma ideia, não importa quão louca ou estúpida ela possa parecer. Explore-a. Pode não levar a nada ou se transformar em algo genial, como a cena do Dr. Zaius.”

Cada roteirista contribuiu para a musicalidade do tema, fazendo com que as ideias se interligassem. A primeira sugestão veio de Steve Tompkins, que perguntou: “E se fizéssemos um musical de ‘Planeta dos Macacos’?” Essa ideia estimulou a criatividade do grupo e levou a uma série de pitches, cada um mais curioso que o outro.

A terceira contribuição significativa veio de George Meyer, que sugeriu intercalar a canção com piadas estilo vaudeville. Essa sugestão se concretizou quando Troy McClure perguntou se ainda podia tocar piano, ganhando mais graça com uma pequena performance.

Outras ideias igualmente absurdas surgiram, como a inclusão de uma enfermeira que inicia a música com uma frase cômica, além de um pitch anônimo que tentou incluir breakdancing na coreografia, seguindo uma tendência dos musicais da época.

A canção ficou marcada por um dos versos mais memoráveis: “I hate every ape I see, from Chimpan-A to Chimpanzee”. Esta linha foi proposta pelo roteirista David Cohen e rapidamente se tornou uma dos trechos clássicos do show, elevando o nível das ideias que estavam sendo discutidas.

O musical “Stop the Planet of the Apes” prova que ideias inicialmente descartáveis podem se transformar em momentos marcantes, e a aceitação de propostas inusitadas pode levar a resultados surpreendentes. Essa paródia em “A Fish Called Selma” não apenas se firmou como uma das melhores do programa, mas também se tornou uma das cenas favoritas dos fãs. Para Weinstein, tudo isso valida a ideia de que abraçar ideias aparentemente ridículas pode resultar em algo realmente especial e que traz alegria a muitas pessoas.

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