**Entendendo o final de “The Brutalist”**
“The Brutalist”, um filme aclamado de 2024 dirigido por Brady Corbet, destaca a vida do arquiteto visionário László Tóth, interpretado por Adrien Brody. A narrativa é uma viagem pelo século 20, seguindo László, um sobrevivente do Holocausto que imigra para os Estados Unidos em busca de um novo começo. Ao chegar, ele se vê sob a influência do industrialista dominante, Harrison Lee Van Buren (Guy Pearce). O filme explora a luta de László para recuperar seu legado enquanto enfrenta as consequências de sua relação complicada com Harrison.
**Uma estrutura complexa**
O longa possui uma intermissão que separa a narrativa em dois atos, finalizando com um epílogo intitulado “A Primeira Bienal de Arquitetura”. Após um segundo ato intenso, no qual László se torna tragicamente agitado devido ao abuso sofrido nas mãos de Harrison, a história avança para 1980. Nesse cenário, László é homenageado em uma retrospectiva de sua obra em Veneza. Embora sua esposa, Erzsébet (Felicity Jones), já esteja morta, sua sobrinha, Zsófia (Raffey Cassidy), faz uma apresentação que conecta a arte de László às suas experiências traumáticas.
Zsófia usa a frase que László lhe ensinou na infância: “Não importa o que os outros tentem te vender, é o destino, não a jornada.” Essa citação revela a complexidade do pensamento de László sobre sua própria obra. Enquanto ele sempre tentou minimizar a importância de sua jornada por conta do trauma, o filme mostra que essa jornada foi, na verdade, repleta de dor e abuso. A conclusão deixa claro que a criação artística não pode curar as feridas do passado e que a manipulação de sua história por outros torna a preservação de sua integridade artística um desafio.
**Uma crítica ao sonho americano**
O filme também lança um olhar crítico sobre o “sonho americano”. Ao final, o legado de László permanece ambíguo. Zsófia e seu marido escolheram se mudar para Jerusalém, o que pode ser interpretado como uma traição ao desejo de László por proximidade familiar. Sua busca por autonomia capitalista pode ser vista como um desvio dos valores que László defendeu, tornando sua vida uma narrativa mal interpretada.
A trilha sonora final, tocando a música “One for You, One for Me”, simboliza a ironia de que, ao fim de tantos anos, os artistas costumam receber um projeto pessoal. Contudo, László não obteve tal reconhecimento. O filme reafirma que a “grandeza” não é sinônimo de “justiça”. Apesar de seu talento reconhecido, László é privado do direito de definir sua própria história, refletindo a brutalidade do abuso e a desumanização que enfrentou.
**Conclusão**
“The Brutalist” se destaca como um retrato profundo e provocador do impacto do passado na arte e nas relações pessoais, e está atualmente em cartaz nos cinemas. Com uma duração impressionante de 215 minutos, é uma obra que desafia suas expectativas e provoca reflexões sobre a complexidade da experiência humana.
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