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A Surpresa da Musicalidade em Coringa 2 e a Reação do Público

A Surpresa da Musicalidade em Coringa 2 e a Reação do Público
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O filme “Joker: Folie à Deux”, que estreou nos cinemas em 4 de outubro de 2024, não teve a recepção esperada pelos críticos e pelo público. Enquanto seu antecessor, “Joker”, dirigido por Todd Phillips e estrelado por Joaquin Phoenix como Arthur Fleck, foi um sucesso estrondoso, arrecadando mais de um bilhão de dólares e recebendo 11 indicações ao Oscar, a sequência apresenta uma realidade bem diferente. Com apenas 33% de aprovação no Rotten Tomatoes e a pior pontuação de CinemaScore já registrada para um filme de quadrinhos, “Folie à Deux” enfrenta uma crítica severa e uma bilheteira decepcionante.

A principal mudança que se destaca entre os dois filmes é a transição de “Joker” para um gênero musical com “Folie à Deux”. Essa escolha, além de já ser polarizadora em si, foi quase invisível nas campanhas de marketing. A produção optou por ocultar a natureza musical do filme, apresentando quase nenhuma cena que mostrasse as performances musicais em sua totalidade, o que levou muitos a se sentirem enganados na hora de assistir ao filme.

A escolha por manter o rótulo de musical em segredo não é uma novidade nas produções cinematográficas atuais, onde diversos filmes tentam disfarçar essa característica com o temor de que tal anúncio possa prejudicar a bilheteira. Apesar do sucesso de filmes como “La La Land” e “Moana”, muitos estúdios continuam a acreditar que a identificação clara de um filme como musical pode afugentar o público. Isso ficou evidente em tentativas anteriores, como “In the Heights” e “West Side Story”, que falharam mesmo quando destacaram suas performances nas campanhas de divulgação.

O diretor Todd Phillips afirmou que a maior parte da música do filme se resume a diálogos, referindo-se a Arthur cantando em vez de falar. Tal afirmação gerou confusão, uma vez que a definição de musical envolve, justamente, a expressão através da música. O fato é que, ao tentar criar um filme que fosse ao mesmo tempo um thriller psicológico e um musical, “Joker: Folie à Deux” não conseguiu encontrar um equilíbrio eficaz, resultando em uma narrativa que deixou o público se perguntando sobre a intenção criativa por trás dessa mudança drástica.

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Além da estratégica de marketing, a essência do filme também foi criticada. A nova abordagem da narrativa e a mistura de gêneros frustraram um público que esperava algo mais próximo do seu antecessor. A ausência de uma conexão clara entre os dois filmes deixou muitos fãs desapontados, criando um cenário onde nem mesmo os fãs mais ardorosos se sentiram confortáveis com a proposta do novo longa.

A partir de agora, resta observar como essa experiência afetará a percepção do público sobre futuros projetos na franquia e se a indústria cinematográfica reconsiderará suas estratégias de marketing em relação a longas-metragens musicais. “Joker: Folie à Deux” está disponível nos cinemas, mas a recepção até agora sugere que a ideia de um musical baseado em um personagem como o Coringa pode não ter sido a melhor escolha criativa.

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