“The Substance” é um filme que explora as consequências da obsessão por beleza e juventude, refletindo sobre a superficialidade dos valores impostos pela sociedade. A obra traz à tona a história de Elisabeth Sparkle, uma atriz que, ao descobrir que será substituída por uma jovem, se torna obcecada pela sua aparência e pelo que a beleza representa, levando-a a fazer escolhas que mudarão sua vida de forma drástica.
A produção começa com uma montagem que simboliza a fama efêmera de Elisabeth. Acompanhamos seu 50º aniversário enquanto ela ainda é uma figura admirada na televisão, mas a notícia de sua demissão a atinge inesperadamente. A frustração e o desespero aumentam quando ela é apresentada a um misterioso produto chamado “The Substance”. Este “ativador” promete criar uma nova versão dela, mais jovem e perfeita, mas com um preço alto.
Após injetar a substância, Elisabeth dá origem a Sue, uma versão mais jovem de si mesma. Sue rapidamente abraça a nova vida e se torna um ícone, enquanto Elisabeth se vê cada vez mais invisível e relegada à vida de espectadora. O relacionamento entre as duas evolui para uma rivalidade amarga, onde ambas começam a perceber que são sombras uma da outra, refletindo suas inseguranças e frustrações.
Em um clímax de horror e auto-destruição, a saúde física e mental de ambas deteriora-se à medida que se tornam concorrentes. A relação entre Elisabeth e Sue revela as pressões sociais e a forma como a autoimagem pode provocar conflitos internos devastadores. A busca pela perfeição leva a consequências trágicas, culminando em uma batalha que resulta na morte de Elisabeth e na transformação grotesca de Sue em uma criatura genérica e sem identidade.
A narrativa termina de forma ambígua. Embora Elisabeth melhore sua aparência de maneira drástica com a ajuda de Sue, essa mudança a engole em seu processo de transformação. No final, Sue, agora uma versão distorcida de ambas, se vê diante do público, mas não consegue escapar das consequências de suas ações.
O filme, sob a direção de Coralie Fargeat, oferece uma crítica poderosa à obsessão por beleza e a efemeridade da fama. Frases como “Você é um” ecoam como um lembrete de que a verdadeira essência de uma pessoa vai além das aparências e que a busca incessante por juventude pode levar à ruína. O uso do horror como metáfora permite refletir sobre as realidades de viver em uma sociedade que valoriza o exterior em detrimento do que realmente importa.
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