**Batman: A Inspiração por Trás de “The Big O”**
“Batman: The Animated Series”, uma produção da Warner Bros. Animation voltada para o público americano, teve parte de sua animação realizada por estúdios no sudeste asiático, sendo um deles a famosa Sunrise do Japão. Essa equipe, conhecida por animar a franquia “Gundam”, também foi responsável por sete episódios do icônico Batman. O impacto dessa colaboração foi tão significativo que uma das criações posteriores da Sunrise, “The Big O”, deve muito ao estilo e à atmosfera de “Batman: The Animated Series”.
A série “The Big O” foi desenvolvida por Hajime Yatate, o diretor Kazuyoshi Katayama e Keiichi Sato. Sato desejava criar um anime que incorporasse elementos dos desenhos animados americanos para atrair o público ocidental. O resultado foi uma representação de um show sobre robôs gigantes que ressoasse com as preferências dos espectadores. Ambientada na fictícia Paradigm City, uma metrópole que lembra Nova York, a série apresenta um mundo pós-apocalíptico onde os residentes não se lembram de eventos que ocorreram há mais de 40 anos. O protagonista, Roger Smith, atua como um negociador que, quando as palavras não são suficientes, utiliza um mecha chamado Big O para resolver os problemas.
**Referências e Homenagens a Batman**
Desde a sua estreia, “The Big O” tem sido frequentemente descrita como uma série que poderia ser entendida como “E se Batman tivesse um mecha?” O co-criador do bloco de programação Toonami, Jason DeMarco, menciona que o estilo de animação de “The Big O” é fortemente influenciado por “Batman: The Animated Series”, evidenciando as semelhanças entre os dois.
Roger Smith é diretamente inspirado em Bruce Wayne, com sua imagem de homem elegante que dirige um carro preto e investiga mistérios na cidade. Quando a situação exige, Roger, assim como Bruce, transforma-se em seu verdadeiro eu, lutando contra o crime. O suporte de Roger vem de seu fiel assistente, Norman, que se assemelha a Alfred Pennyworth, embora Norman tenha uma característica marcante: um tapa-olho. Outra personagem relevante é R. Dorothy Wainwright, uma andróide que recorre à figura da filha falecida de seu criador, se tornando uma parceira fiel de Roger.
A dinâmica entre Roger e outros personagens também reflete os relacionamentos em “Batman”. O relacionamento dele com o policial Major Dan Dustan é comparável ao de Batman com o Comissário Gordon. Além disso, Roger enfrenta uma variedade de vilões, incluindo antagonistas que lembram o Coringa, como Alan Gabriel, e outros que refletem as complexidades do crime na cidade.
**Estilo e Estrutura Narrativa**
O que torna “The Big O” ainda mais intrigante é a fusão de estilos. Como um anime que combina tokusatsu com film noir, a série faz um uso significativo de uma trilha sonora inspirada no jazz, similar à de “Cowboy Bebop”. Essa conexão ao estilo americano tornou “The Big O” um sucesso instantâneo na plataforma Toonami, salvando a série que enfrentou o risco de término após a primeira temporada.
A narrativa de “The Big O” evolui de uma estrutura episódica para uma abordagem mais serializada, onde temas como memória e identidade se tornam centrais. Enquanto a primeira temporada apresenta missões autônomas, a segunda temporada mergulha mais em mistérios complexos que desafiam a percepção de realidade dos personagens e o mundo ao seu redor, levando a uma análise mais profunda da construção de identidades e lembranças.
Embora “The Big O” seja frequentemente comparado a “Neon Genesis Evangelion” por suas complexidades narrativas e elementos surreais, a série se destaca por seu estilo único e seu tributo à influência ocidental, particularmente da figura do Batman. A combinação de noir, robôs gigantes e questões filosóficas oferece uma rica tapeçaria de histórias que ressoam tanto no Japão quanto no resto do mundo.
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