Taraji P. Henson levanta debate sobre a disparidade salarial em Hollywood
Taraji P. Henson está frustrada com a gritante disparidade salarial em Hollywood para mulheres negras. Em uma entrevista no SiriusXM sobre seu novo filme, The Color Purple, Henson ficou emocionada ao falar sobre como seu trabalho costuma ser subvalorizado, o que a levou a considerar desistir da indústria para sempre. O diretor do filme, Blitz Bazawule, e a colega de elenco de Henson, Danielle Brooks, estavam ao seu lado durante a conversa. “Estou cansada de trabalhar tão duro, ser grata pelo que faço e receber uma fração do valor”, declarou Henson para a apresentadora Gayle King em 19 de dezembro. “Estou cansada de ouvir minhas irmãs dizerem a mesma coisa repetidamente. Fica cansativo. As pessoas dizem: ‘Você trabalha muito’. Eu tenho que trabalhar muito. A matemática não está batendo. E quando você começa a trabalhar muito, precisa de uma equipe. Grandes contas vêm com o que fazemos. Não fazemos isso sozinhas. Há toda uma equipe por trás de nós. E eles precisam ser remunerados.” Henson já havia discutido a desigualdade em uma entrevista recente ao The Hollywood Reporter, acrescentando: “Tenho lutado com unhas e dentes em cada projeto para obter a mesma cotação”.
Henson afirmou que a disparidade salarial, juntamente com despesas crescentes como impostos e folha de pagamento, faz com que ela ganhe menos do que parece para um observador casual. “Parece que toda vez que eu conquisto algo inédito, quando chega a hora de renegociar, estou novamente no fundo do poço, como se não tivesse feito o que acabei de fazer, e estou cansada”, afirmou. “O que isso significa? O que isso está me dizendo? Se eu não posso lutar por aqueles que estão surgindo atrás de mim, então para que diabos estou fazendo isso?”
A avaliação da atriz ecoou em outros atores negros. Robin Thede apoiou o argumento de Henson no X, observando que um ator gerencia uma operação completa em que a maioria da renda bruta não pertence a eles, sendo destinada a despesas como empresários e advogados. “A maioria das suas atrizes negras favoritas ganha cerca de US$ 250 mil a US$ 500 mil por estrelar em filmes (ou seja, US$ 50 mil a US$ 100 mil líquidos) e pode fazer APENAS um projeto por ano”, ela postou online. “Essa mulher foi INDICADA AO OSCAR – imagine a luta para as outras 99%”.
Keke Palmer e Gabrielle Union compartilharam histórias semelhantes sobre Hollywood. Palmer disse que a indústria do entretenimento funciona da mesma forma que qualquer outra indústria nos Estados Unidos, ou seja, a renda das pessoas está diminuindo enquanto o trabalho temporário está aumentando. “TODOS nós trabalhamos em múltiplos empregos e podemos gostar de alguns, mas também porque PRECISAMOS”, escreveu Palmer em uma postagem no Instagram. Union concordou que Henson estava sendo honesta. A indústria cobra um preço, explicou. “Não foi contada nenhuma mentira”, disse Union em um tweet.
A verdade absoluta. 70-80% da renda BRUTA vai embora de cara em impostos e comissões (agentes, empresários, advogados). E para aqueles que também pagam outros funcionários? Meu Deus! A matemática não está batendo! E eu sei – você pensa que US$ 10 milhões menos US$ 8 milhões ainda são US$ 2 milhões… 1/?
— Robin Thede (@robinthede) 20 de dezembro de 2023
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Respire fundo, o trailer de The Color Purple está aqui. Priyanka Chopra Jonas diz que levou 22 anos para superar a disparidade salarial de gênero. Keke Palmer, Gabrielle Union e Robin Thede concordam – a indústria tem um problema.
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