Desde o seu início, a franquia “O Exterminador do Futuro” se destacou pela sua narrativa que gira em torno de John Connor, o suposto salvador da humanidade. No entanto, desde “O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final”, a forma como a história e o personagem têm sido tratados tem sido problemática, resultando em enredos que muitas vezes parecem desnecessariamente complicados e repetitivos.
Desde “O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas” até a mais recente série “Terminator Zero”, os projetos frequentemente se deparam com o mesmo dilema: a falta de direcionalidade sobre o que fazer com uma história que já foi concluída de forma tão impactante. A proposta da série deveria, talvez, ter chegado ao fim em seu auge com o desfecho de “T2”, que sugeria um futuro sem Skynet. No entanto, a franquia continua a explorar narrativas distópicas, frequentemente retratando John como um personagem falido, em histórias que não conseguem capturar a essência do que tornou os primeiros filmes tão memoráveis.
O papel de John Connor é central para a série, pois ele simboliza a luta pela sobrevivência da humanidade. No primeiro filme, é revelado que, devido ao ciclo temporal estabelecido ao enviar Kyle Reese de volta no tempo, John já havia garantido a vitória da resistência em um futuro onde a criação de Skynet falhou. Em “T2”, ele é reafirmado como o salvador, levando o enredo a uma conclusão mais satisfatória, onde as ações de John e de sua mãe poderiam evitar a catástrofe nuclear. No entanto, o desejo de continuar a franquia por razões financeiras leva os roteiristas a explorarem caminhos que contradizem essa jornada bem definida.
Os enredos que tentam reinventar John Connor muitas vezes resultam em decisões criativas fracas. “O Exterminador do Futuro 3” começa a mostrar essas falhas, onde a morte de John no futuro torna as ações de “T2” irrelevantes. Em “O Exterminador: A Salvação”, mesmo com John sendo apresentado como um grande herói, o destino do personagem no final parece anular seus feitos. Em “O Exterminador: Gênesis”, John é transformado em vilão ao ser fundido com Skynet, enquanto “O Exterminador: Destino Sombrio” decide eliminá-lo logo no início.
Embora a série “The Sarah Connor Chronicles” faça um bom trabalho ao manter a importância de John, ela também termina sem uma resolução real. “Terminator Zero” tenta repaginar a história ao focar em novos personagens em um contexto diferente, mas isso resulta em uma falta de profundidade narrativa que continua a desvalorizar o legado de John.
Mudanças constantes no enredo parecem ser uma tentativa de trazer frescor à narrativa, mas acabam representando uma saída fácil e preguiçosa para quem escreve, evitando assim o desafio de desenvolver John como protagonista. “Tirar Connor de cena não faria diferença”, afirmam os críticos, e isso se reflete na falta de stakes autênticos em novas narrativas.
A verdadeira essência da série “O Exterminador do Futuro” reside na complexidade de sua narrativa original, e continuar essa história sem John pode levar a um desgaste criativo. A condução da franquia precisa encontrar o equilíbrio entre inovação e respeito aos elementos que tornaram os filmes clássicos. Para os próximos projetos, se não for possível escrever de forma que honre a trajetória de John Connor, talvez seja hora de reconsiderar a continuidade da saga.
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