Como o cinematógrafo de “Um Estranho Entre Nós” criou uma sensação de “nostalgia orgânica” com sua câmera
Quando Jamie D. Ramsay, cinematógrafo sul-africano, lê roteiros, ele busca por “pontos de ancoragem pessoais” que o permitem “canalizar uma honestidade criativa”. E para retratar solidão e perda em “Um Estranho Entre Nós”, da Searchlight, que conta a história de Adam (interpretado por Andrew Scott), um londrino em seu relacionamento com Harry (interpretado por Paul Mescal) em meio a encontros frequentes, Ramsay utilizou esses pontos para criar uma sensação de “nostalgia orgânica”. Neste artigo, exploraremos como a abordagem do cinematógrafo ajudou a transmitir essa atmosfera nostálgica no filme.
Para Ramsay, encontrar os elementos visuais certos que possam evocar emoções é fundamental em sua prática cinematográfica. Ele busca os “momentos visuais íntimos” que ressoam com sua própria experiência e com o tom narrativo do roteiro. Ao ler o roteiro de “Um Estranho Entre Nós”, Ramsay sentiu uma conexão com a história de solidão e perda de Adam, e isso o inspirou a explorar a “nostalgia orgânica” em sua fotografia.
A “nostalgia orgânica” refere-se à busca por uma sensação de nostalgia que pareça genuína e autêntica. Ramsay criou essa atmosfera por meio do uso da luz e da composição. Ele optou por usar uma paleta de cores quentes e suaves, com tons de amarelo e laranja, para transmitir uma sensação acolhedora e familiar. Essas cores evocam memórias de dias ensolarados e alegres, criando uma estética nostálgica que se encaixa perfeitamente na narrativa do filme.
Além da paleta de cores, Ramsay também explorou a composição para transmitir a solidão e a desconexão emocional presentes na história de Adam. Ele utilizou enquadramentos mais amplos e vazios para transmitir a sensação de vazio e isolamento do personagem principal. Esses enquadramentos destacam a pequenez de Adam em relação ao ambiente ao seu redor, enfatizando sua solidão e a dificuldade de se conectar com os outros.
Outro aspecto importante da abordagem de Ramsay foi o uso da câmera em movimento. Ele optou por usar câmera na mão para criar uma sensação de intimidade e imersão na perspectiva de Adam. Isso permite que o público se sinta mais próximo do personagem e experimente a história de uma maneira emocionalmente envolvente. Ao mesmo tempo, ele também usou movimentos de câmera suaves e fluidos para trazer uma sensação de fluidez e poeticidade à narrativa.
A maneira como Ramsay trabalhou com a luz, a composição e o movimento da câmera em “Um Estranho Entre Nós” criou uma atmosfera visualmente cativante e emotiva. Sua busca por “pontos de ancoragem pessoais” permitiu que ele canalizasse sua criatividade de maneira honesta e autêntica, resultando em uma abordagem cinematográfica que reforça a narrativa do filme sobre solidão e perda.
Em conclusão, Jamie D. Ramsay, cinematógrafo de “Um Estranho Entre Nós”, utilizou uma abordagem centrada em “pontos de ancoragem pessoais” para criar uma sensação de “nostalgia orgânica” em sua fotografia. Sua escolha de paleta de cores quentes e suaves, composição ampla e vazia e uso de câmera na mão resultaram em uma experiência cinematográfica visualmente cativante e emotiva. Sua abordagem se alinha perfeitamente à narrativa do filme, transmitindo a solidão e a desconexão emocional vividas pelo personagem principal.
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