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Cobra Kai e o Dilema de um Elenco Excessivo na Temporada Final

Cobra Kai e o Dilema de um Elenco Excessivo na Temporada Final
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**Cobra Kai: A Temporada Final e seu Elenco Enormemente Expansivo**

A série “Cobra Kai”, que tem como foco a vida de Johnny Lawrence, ganha um desfecho em sua sexta temporada, que é dividido em três partes. O episódio final, intitulado “Ex-Degenerate”, reafirma a centralidade de Johnny na narrativa, mas ao longo do tempo, a série expandiu seu elenco de maneira significativa. Embora isso tenha trazido novos personagens e mantido a trama dinâmica, a temporada final traz um desafio considerável devido à quantidade excessiva de personagens que precisam de atenção.

Com a natureza da narrativa e a estrutura em partes da sexta temporada, muitos personagens secundários ficam com pouco tempo de tela. Isso acaba levando a um desfecho apressado para várias tramas, semelhante a algumas críticas que a última temporada de “Game of Thrones” recebeu. Personagens centrais, como Johnny, Daniel LaRusso, Samantha, Tory, Miguel e Robby, recebem o destaque que merecem, mas muitos outros, antes notáveis, se tornam meras figurantes nesta reta final.

O foco na família de Johnny e na de Daniel resulta na negligência de muitos outros, que acabam recebendo apenas um fechamento superficial para suas histórias. Mitch, por exemplo, simplesmente aparece na plateia enquanto Johnny lhe lança um apelido. Já Kenny Payne deixa sua narrativa concluída em parte dois, sendo visto apenas como um espectador nas partes seguintes. Outros personagens como Anthony LaRusso e Devon Lee estão praticamente ausentes, levando os fãs a se perguntarem sobre o destino deles.

Mesmo para personagens que acompanharam toda a série como Hawk e Demitri, a situação não é melhor. Com a rivalidade entre eles em destaque em boa parte da temporada, eles não têm momentos significativos de luta ou desenvolvimento e permanecem em cenas repetitivas de convivência.

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Ainda assim, a série acerta ao destacar personagens como Amanda LaRusso, cuja presença se mostra valiosa como a voz da razão com cenas divertidas. Carmen e Rosa também ganham momentos especiais, sobretudo aqueles dedicados a side-quests que brindam os fãs com humor e leveza. Contudo, a sequência de sonho com o Senhor Miyagi, que faz uso de CGI, parece desnecessariamente longa e desperdiça um tempo que poderia ter sido melhor aproveitado.

Ademais, a série enfrenta um desafio também com seus vilões. Terry Silver e John Kreese, figuras principais na saga, acabam ficando à parte, lidando com suas próprias crises pessoais. Seu desfecho ocorre de forma abrupta com um acidente, onde ninguém parece notar sua ausência. Já outras ameaças, como a equipe de Kim Da-Eun, são eliminadas sem grande desenvolvimento.

Apesar desses problemas, “Cobra Kai” na parte 3 da sexta temporada não é de forma alguma uma desilusão. A série se esforça para oferecer finales satisfatórios para seus protagonistas e resolve várias narrativas de forma coesa. Porém, para os fãs de personagens que não estão fixamente ligados às famílias LaRusso ou Lawrence, pode surgir a dúvida ao final: “Foi só isso?”

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