O filme “Capitão América: Brave New World” traz uma proposta interessante ao se apresentar como uma sequência não oficial de “O Incrível Hulk”, lançado em 2008. Ele reintroduz personagens como Thaddeus Ross, interpretado por Harrison Ford, e Samuel Sterns, que é vivido por Tim Blake Nelson, além de contar com uma breve aparição de Betty Ross, personagem de Liv Tyler. Contudo, uma questão bastante debatida é a ausência do próprio Hulk, o que gera uma certa confusão, já que Bruce Banner, interpretado por Mark Ruffalo, era o protagonista no filme anterior.
A falta de Bruce Banner nesse contexto enfraquece as arcadas emocionais de personagens como Ross e Sterns, já que seus relacionamentos e conflitos passados com Banner poderiam ter sido mais bem explorados. A inclusão do Hulk poderia ter dado uma nova dimensão às suas ações, tornando o público mais simpático a eles, mesmo quando apresentam comportamentos mais antagonistas. Com Bruce, teríamos uma perspectiva mais clara sobre a busca incansável de Ross por ele e talvez uma nuance a mais na relação de Sam Wilson (Anthony Mackie) com os dois personagens.
Além disso, a presença de Bruce poderia também ter humanizado Sterns, que, quando foi apresentado, estava do lado de Bruce como “Mr. Blue”. Sem essa conexão, sua transformação no vilão “The Leader” parece superficial, um mero antagonista com superinteligência sem uma base emocional.
Outro ponto fraco é a inclusão de Betty Ross, que se torna menos impactante sem elos claros com sua relação passada com Bruce. O enredo poderia ter aprofundado o triângulo amoroso entre ela, Bruce e Thaddeus, proporcionando uma carga emocional significativa, mas, por conta da ausência de Bruce, isso não é explorado.
Em suma, a decisão de não incluir Bruce Banner em “Capitão América: Brave New World” reflete a pouca profundidade na narrativa do filme, que se distancia de obras anteriores do MCU, como “Capitão América: O Soldado Invernal”, onde todas as relações e personagens tinham um propósito claro. Essa falta de planejamento e conexão emocional entre os personagens, somada ao tratamento do Hulk, evidencia uma dificuldade da Marvel em integrar o personagem em suas narrativas atuais.
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