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O passado que não se apaga: O terror do filme Demon

O passado que não se apaga: O terror do filme Demon
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**Demon: Uma Reflexão Assustadora sobre o Holocausto e a Cultura Judaica**

“Demon”, lançado em 9 de setembro de 2016 e dirigido por Marcin Wrona, é um filme de terror que combina elementos do folclore judaico com uma crítica profunda à história da Polônia, especialmente em relação ao Holocausto. O filme, protagonizado por Itay Tiran e Agnieszka Żulewska, explora as consequências de ignorar o passado e como isso se reflete na vida contemporânea.

**Enredo e Desenvolvimento dos Personagens**

A história gira em torno de Piotr, que, ao se preparar para seu casamento com Zaneta, encontra um esqueleto no terreno da propriedade herdada pela noiva. Esse evento desencadeia visões perturbadoras de uma noiva chamada Hana, que atormenta Piotr e o faz sofrer crises alucinatórias. Wrona constrói uma atmosfera de opressão e desespero ao longo do filme, utilizando o folclore para tecer um clima de dread.

**A Estética do Filme**

Wrona utiliza uma paleta de cores fria, eliminando tons quentes, e ambienta a trama em uma propriedade rural isolada, criando uma sensação de claustrofobia. Durante a cerimônia de casamento, a câmera se torna frenética, refletindo a agitação e o desespero do protagonista. O estilo visual do filme é uma ferramenta poderosa para transmitir a impotência de Piotr, ao mesmo tempo que envolve o espectador em sua crise.

**Crítica ao Holocausto e à Negação Histórica**

“Demon” também serve como uma crítica incisiva à minimização do papel da Polônia no Holocausto. O filme aborda a resistência cultural a confrontar a história, retratando uma família abastada que prefere ignorar as atrocidades do passado para preservar seu conforto. A repressão das memórias, simbolizada por Piotr ao enterrar o esqueleto, reflete uma escolha consciente de ignorar a dor dos outros em favor da própria estabilidade.

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**O Papel do Dybbuk na Narrativa**

A figura do dybbuk, uma entidade do folclore judaico que representa espíritos vingativos que buscam justiça, é central para a narrativa. Ao usar essa figura, Wrona insiste na necessidade de confrontar os próprios pecados e as histórias não contadas. Um dos diálogos mais impactantes do filme, “Devemos esquecer o que não vimos aqui”, reforça essa ideia de negação.

**Lamentando um Legado Perdido**

A tragédia da morte de Marcin Wrona ocorreu enquanto o filme estava sendo promovido, deixando uma sensação de perda em relação ao potencial de suas obras futuras. “Demon” é seu projeto mais ambicioso, unindo terror e comentários sociais de maneira poderosa e perspicaz. O filme não só assusta, mas também provoca reflexão profunda sobre a cultura, a história e a responsabilidade social.

“Demon” é uma obra intensa disponível para aluguel na Amazon, oferecendo uma experiência cinematográfica que vai além do terror, instigando um senso crítico sobre a história e as tradições.