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A máquina do terror que faz você questionar a realidade

A máquina do terror que faz você questionar a realidade
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**Threshold: Uma Experiência de Horror Corporativo**

Threshold é um jogo de horror que provoca inquietude ao abordar a estranha e aterrorizante impotência de ser uma pequena peça em uma imensa máquina corporativa. O enredo começa quando o protagonista consegue um emprego desejado no governo, iniciando sua primeira jornada em um posto de manutenção importante localizado fora das muralhas da cidade. Desde o início, a atmosfera já apresenta sinais de desconforto.

Ao partir para o local de trabalho, o jogador é guiado por uma voz baixa e irritada, que o dirige até um elevador. Durante a longa subida em direção à superfície, é possível observar um medidor de oxigênio à esquerda, enquanto o suprimento de ar começa a se esgotar. O ar é rarefeito, a ponto de Mo, o funcionário que você está substituindo, comunicar-se apenas por bilhetes, já que falar é um esforço demais.

Assim que chega ao seu posto, Mo lhe entrega um apito e o leva até um grande globo no centro da área de trabalho. Utilizar o apito é essencial para garantir que um trem ominoso que passa pelo outro lado do rio mantenha seu ritmo. O jogador é constantemente obrigado a retornar ao local para manter o trem em movimento, sem explicações sobre o porquê disso ser necessário, exceto que isso é o que a capital determina. Contudo, blow that whistle exige um esforço significativo, levando o jogador a recorrer a latinhas de ar para recuperar o fôlego sempre que os primeiros sinais de falta de oxigênio surgem.

O jogo não se limita a essa dinâmica inicial. À medida que o jogador mergulha na rotina de trabalho, perguntas começam a emergir sobre a realidade do local: por que o banheiro está trancado? O que acontece com o rio quando o trem desacelera? Quem foi Ni, o funcionário que foi sucedido? A forma como essas questões são introduzidas provoca um estado de curiosidade crescente.

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Threshold é habilidoso em plantar essas dúvidas, oferecendo uma narrativa que deixa o jogador contemplando o que está realmente acontecendo. A estética visual do jogo, que remete aos gráficos de jogos da era do PS1, contribui para um ambiente que se sente estranhamente desestabilizador. Mesmo após obter respostas sobre algumas dúvidas, muitas vezes surgem novas perguntas, mantendo o enredo em uma constante tensão.

Além de cuidar do trem, o jogador logo se vê sobrecarregado com outras tarefas, como coletar pranchas de madeira e manter o rio livre de “biomassa indesejada”. Cada uma dessas tarefas parece trivial, mas, no fundo, alimenta a necessidade de descobrir a verdade por trás do que parece um trabalho sem sentido.

As opções de acessibilidade em Threshold são notáveis, permitindo que os jogadores escolham entre modos mais focados ou menos exigentes, ajustem a sensibilidade do mouse e controlem o campo de visão, além de facilitar a compreensão para pessoas de diferentes idiomas.

À medida que a pressão aumenta, o jogador percebe que a fabricação quase mecânica da rotina de trabalho vai além do trivial, refletindo uma força incapaz de ser vista, mas evidente em cada tremor da terra e no crescente turbulência do ambiente. O clímax do jogo promete ser um dos mais impressionantes do ano, deixando uma sensação de inquietude mesmo após seus mistérios serem parcialmente revelados.

Limitando a experiência a um ciclo de trabalho repetitivo, Threshold instiga a curiosidade e desafia o jogador a entender seu papel, ao mesmo tempo em que gera uma construção de suspense que culmina em uma final reveladora que poderá fazer o jogador querer voltar para desvendar mais segredos.