Recentemente, a discussão sobre o impacto da inteligência artificial (IA) na indústria cinematográfica ganhou destaque, especialmente após as greves de roteiristas e atores em 2023. A ascensão da IA generativa gerou preocupações entre profissionais que buscam proteger seus trabalhos de serem usados para treinar máquinas a replicar suas criações.
Ben Affleck, em um discurso no evento “Delivering Alpha” da CNBC, ofereceu uma perspectiva optimista sobre o futuro da IA no cinema. Ele afirmou que “filmes serão uma das últimas coisas, se tudo for substituído, a serem substituídos pela IA”. De acordo com Affleck, a tecnologia servirá principalmente para otimizar processos mais laboriosos e custosos do setor, permitindo que projetos existentes sejam realizados de forma mais eficiente.
Affleck articulou que a IA, na sua forma atual, se limita a reproduzir conteúdos e métodos já existentes. Ele explicou: “A IA pode escrever um excelente verso imitativo que soa elisabetano. Ela não pode escrever Shakespeare.” Para ele, o papel de atores e a capacidade de discernir e construir narrativas ainda dependem da criatividade humana, algo que a IA não consegue replicar.
A visão de Affleck sugere que a implementação da IA poderá dar voz a mais criadores e facilitar a realização de projetos que, de outra forma, seriam difíceis de financiar. Ele comparou a IA a um “artesão”, afirmando que ela pode cruzar ideias existentes, mas não criar algo novo. “Artesanato é saber como trabalhar. Arte é saber quando parar”, afirmou, ressaltando que a capacidade de parar e ter bom gosto é um desafio que a IA ainda terá que enfrentar.
Ao refletir sobre o uso da IA, Affleck menciona a possibilidade de os espectadores solicitarem episódios personalizados de suas séries favoritas. No entanto, ele acredita que isso funcionaria como uma ferramenta de promoção, em vez de substituir o processo criativo humano.
Apesar de suas visões animadoras, Affleck reconheceu as dificuldades enfrentadas pela indústria, especialmente com a adoção desregulada de tecnologias de IA. Ele expressou preocupação com setores, como os de efeitos visuais, que podem ser severamente impactados, pois os custos de produção estão sendo drasticamente reduzidos com o uso de IA.
A visão positiva de Ben Affleck sobre a IA e o cinema contrasta com as preocupações de muitos em Hollywood, que temem que a tecnologia possa acabar degradando o trabalho humano na indústria. A abordagem cautelosa e a busca por um equilíbrio entre inovação tecnológica e criatividade artística serão decisivas para o futuro do cinema em um mundo cada vez mais dominado pela inteligência artificial.
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