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Adam Sandler e o papel que quase mudou sua carreira

Adam Sandler e o papel que quase mudou sua carreira
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Alguns filmes percorrem caminhos inesperados até sua produção. Muitas vezes, tudo começa com uma ideia inicial que pode passar por várias modificações à medida que diferentes produtores, roteiristas, diretores e atores se envolvem no projeto. Um exemplo disso é “Bad Boys”, que inicialmente era concebido como uma comédia com Dana Carvey e Jon Lovitz antes de se transformar na franquia de sucesso estrelada por Will Smith e Martin Lawrence.

Um processo semelhante quase ocorreu com “Collateral”, o thriller de Los Angeles dirigido por Michael Mann e estrelado por Tom Cruise e Jamie Foxx. Considerado um dos melhores trabalhos de Mann, o filme começou como uma comédia ambientada em Nova York. O roteiro, escrito por Stuart Beattie, era originalmente intitulado “The Lost Domino” e despertou o interesse de Russell Crowe, que o apresentou a Mann. No início, o personagem do motorista de táxi era escrito como um judeu, o que poderia ter se encaixado bem nas mãos de Adam Sandler.

A ideia de unir Crowe com Sandler em uma comédia de ação levantou grandes expectativas comerciais. No entanto, o que é fascinante é imaginar a possibilidade de Cruise fazer par com Sandler em vez de Crowe. Essa configuração quase se materializou.

Mann decidiu levar “Collateral” em uma direção totalmente diferente. Em uma entrevista em 2014, ele explicou que o roteiro original não atendia às suas expectativas. Ele criticou a forma como o personagem do motorista era retratado, afirmando que as características eram estereotipadas e pouco autênticas. “Era Woody Allen interpretando o cara”, afirmou ele. Embora fosse interessante imaginar Allen nesse papel, Mann reconheceu que Sandler seria uma escolha mais adequada para trabalhar em um filme de grande orçamento, dado seu profissionalismo.

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Em relação à mudança no enredo e no local, Mann explicou sua visão ao dizer que, embora o roteiro tivesse pontos “belíssimos” e uma estrutura de história impressionante, ele não estava satisfeito com o diálogo. “Eu refiz”, disse Mann, ressaltando a qualidade intrínseca do material. Ele percebeu que, apesar das falhas, a história contava com construções que poderiam resultar em um filme fascinante.

Ao discutir a dinâmica entre Foxx e Sandler, o autor refletiu sobre a genialidade que poderia ter surgido dessa combinação. Ele expressou apreço pelo rumo que Mann tomou, apesar de algumas críticas ao desfecho previsível do filme. “Collateral” encontrou um equilíbrio interessante na sua narrativa, mantendo o espectador intrigado durante a maior parte do filme, mas eventualmente seguindo padrões mais conhecidos de suspense.

Essas considerações levam a um ponto provocativo: seria “Collateral” um filme ainda mais impactante com uma combinação diferente de atores? Embora a tecnologia e a abordagem de Mann tenham resultado em um filme amplamente aclamado, a curiosidade sobre como teria sido uma versão com Crowe e Sandler permanece.

Neste contexto, a história de “Collateral” se revela uma interessante reflexão sobre as decisões criativas e as diversas possibilidades que podem surgir durante o desenvolvimento de um projeto cinematográfico.

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