Em 16 de setembro de 2024, a Associação Independente de Cineastas do Irã (IIFMA) celebrou um marco importante ao homenagear o segundo aniversário da morte de Mahsa Amini, que desencadeou o movimento “Mulher, Vida, Liberdade” em 2022. A associação elogiou a evolução da indústria cinematográfica no Irã, que tem se manifestado desafiando as leis de censura e rompendo barreiras.
A declaração da IIFMA ressalta que a história de Mahsa Amini é representativa das muitas mulheres silenciadas e oprimidas pelo governo iraniano. “Sua morte não foi em vão”, afirmaram, ressaltando que ela inspirou uma nova geração de ativistas a lutar contra a injustiça e exigir liberdade. Amini se tornou um símbolo de resistência, motivando outros a militar pela igualdade de gênero e liberdade.
Mahsa Amini, de 22 anos, faleceu em 16 de setembro de 2022, três dias após ser detida pela polícia de moralidade do Irã, acusada de não usar o hijab corretamente. Embora as autoridades alegassem que ela sofreu um ataque cardíaco, testemunhas afirmaram que Amini foi severamente agredida, com evidências de lesões em seu corpo.
A repercussão de sua morte levou a protestos massivos no Irã, exigindo maior igualdade de gênero e democracia. Personalidades culturais, midiáticas e esportivas se manifestaram, e várias celebridades mulheres desafiaram as normas, aparecendo em público sem o hijab.
Embora a onda de protestos tenha diminuído, a IIFMA acredita que o espírito do movimento persiste, especialmente no cinema independente. “A coragem de indivíduos que resistem à opressão do regime islâmico do Irã levou a uma mudança notável na indústria cinematográfica”, afirmaram. Os cineastas estão se manifestando contra as leis de censura, iluminando as duras realidades enfrentadas pelos iranianos, em especial mulheres e minorias.
A IIFMA, criada em 2023, representa cineastas que não estão associados ao rígido governo do Irã, e a maioria de seus membros vive no exílio. Embora a declaração não tenha mencionado filmes ou cineastas específicos devido ao medo de represálias, destacou o apoio a esses artistas que, através de sua arte, provocam diálogos importantes e geram conscientização sobre questões há muito ignoradas.
Neste contexto, manifestações públicas foram organizadas em diversas cidades ao redor do mundo para lembrar a morte de Amini, e 34 mulheres presas, lideradas pela premiada Nobel da Paz Narges Mohammadi, iniciaram uma greve de fome para marcar a data. Além disso, uma entrevista do diretor iraniano Mohammad Rasoulof e da atriz Golshifteh Farahani ao jornal francês Liberation também discutiu a nova geração, que está pressionando por mudanças significativas, diferente das que viveram na era pós-revolução de 1979.
Farahani enfatizou que a geração mais jovem tem uma abordagem distinta e está determinada a abrir as portas do país, continuando a luta por direitos e Liberdade.
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