Por que “Owning Manhattan” é o programa mais exasperante da Netflix
À medida que a divisão entre ricos e pobres se amplia em 2024 e além, o irritante reality show da Netflix, “Owning Manhattan”, não ajuda em nada. Essa série derivada do popular “Selling Sunset” acompanha o agente imobiliário de sucesso, Ryan Serhant, e sua forma egocêntrica de agradar clientes na área mais abastada de Nova York. Embora alguns tenham sugerido que esse spin-off é superior ao original, “Owning Manhattan” oferece uma mistura de schadenfreude e realização de sonhos inatingíveis que provocam mais raiva e rolar de olhos do que a ideia de possuir uma propriedade luxuosa.
O programa retrata a vida luxuosa dos ricos em Manhattan, com casas deslumbrantes, festas extravagantes e clientes endinheirados disputando imóveis exclusivos. No entanto, em um mundo onde a desigualdade social é uma realidade crescente, assistir a pessoas privilegiadas mostrando suas vidas opulentas pode ser extremamente irritante para aqueles que lutam para pagar suas contas e ter um lugar para morar.
O personagem principal, Ryan Serhant, é conhecido por seu estilo de negociação impulsivo e comportamento egocêntrico. Ele é retratado como alguém que está sempre no controle e nunca falha em conseguir o que deseja. Isso pode ser extremamente frustrante para aqueles que estão acostumados a lutar e enfrentar diversas adversidades em suas vidas diárias.
Além disso, a série promove uma cultura de consumismo desenfreado, onde ter riqueza e posses materiais é o objetivo máximo. Em vez de incentivar valores mais nobres, como compaixão, generosidade e sentido de comunidade, “Owning Manhattan” retrata a busca pelo poder e pelo status como algo desejável e admirável. Isso pode ser profundamente desconfortável de assistir, especialmente em um momento em que a desigualdade econômica está se tornando um problema cada vez mais grave.
Ainda mais frustrante é a maneira como o programa retrata a propriedade de imóveis em Manhattan como algo facilmente alcançável. Mostra uma lista de imóveis luxuosos e clientes que podem pagar por eles sem pensar duas vezes. No entanto, para a maioria das pessoas, comprar uma casa nessa região é um sonho inatingível devido aos preços exorbitantes e à concorrência acirrada.
Em vez de oferecer uma visão realista e enriquecedora sobre o mercado imobiliário de Manhattan, “Owning Manhattan” alimenta um senso de descontentamento e inveja entre os espectadores. É um lembrete constante de tudo o que eles não têm e provoca sentimentos de ressentimento em relação àqueles que têm mais.
Em um momento em que a desigualdade econômica é uma questão cada vez mais premente, programas como “Owning Manhattan” apenas ampliam o abismo entre os ricos e os menos privilegiados. Em vez de tentar entender e abordar as questões subjacentes à desigualdade, o programa se limita a explorar e glorificar as vidas extravagantes dos ricos e famosos.
Em suma, “Owning Manhattan” é um programa exasperante e irritante que não faz justiça à realidade enfrentada por muitas pessoas. Em vez de inspirar e entreter, ele provoca raiva e frustração. Talvez seja hora de repensar o conteúdo que consumimos e buscar programas que nos ajudem a entender e enfrentar as questões sociais e econômicas que estão ao nosso redor.
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