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“Barbie: Um Filme Estranho com uma Mensagem Complicada”

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Barbie é um ícone cultural que existe desde 1959 e é conhecida em todo o mundo. A criação da boneca foi baseada nas aspirações de sua criadora, Ruth Handler, que queria oferecer às meninas a oportunidade de imaginar um futuro melhor para si mesmas. Ao longo dos anos, Barbie se tornou uma astronauta, presidente, médica e muitas outras profissões, representando a figura da mulher empoderada.

Recentemente, a diretora Greta Gerwig decidiu fazer um filme sobre Barbie, que acabou sendo uma produção bem estranha. A história envolve a existência de uma Barbie no mundo real, interpretada por Margot Robbie, que passa por uma crise existencial surreal. Gerwig aborda o filme de forma espiritual, referindo-se ao credo dos Apóstolos e ao mito da criação no livro de Gênesis. Nesse contexto, Ruth Handler, a criadora de Barbie, é uma espécie de divindade no mundo cor-de-rosa de Barbie Land.

No entanto, há mais na origem de Barbie do que apenas sua criação visionária. Ruth Handler se inspirou em uma boneca chamada Bild Lilli, que estava sendo vendida na Europa na época. Ela copiou a ideia e enfrentou um processo legal por isso. Portanto, a história de Barbie está intrinsecamente ligada a aspectos comerciais e financeiros. No filme de Gerwig, essa questão também é abordada, com a inclusão de executivos da Mattel na trama. Mas Barbie enfrenta outros desafios, como pensamentos sobre a morte, críticas da geração Z, e o sexismo que ainda persiste na sociedade.

Apesar de ter seus méritos, como a atuação de Margot Robbie e o cuidado na construção do mundo de Barbie Land, o filme falha em aproveitar todo o seu potencial. A história acaba se perdendo em círculos sem chegar a uma conclusão efetiva. Barbie faz uma reflexão sobre o feminismo e os desafios enfrentados pelas mulheres, mas não oferece uma resposta concreta. O filme termina sugerindo a ideia de uma Barbie comum como uma forma de abordar essas questões, o que parece mais um apelo comercial do que uma solução genuína.

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É notável a defensividade do filme, como se estivesse tentando se antecipar às críticas que seriam feitas. Isso torna o filme emocionalmente vazio, apesar de todos os esforços para ser engraçado e irreverente. Nos dias de hoje, muitos filmes são produzidos dentro de franquias e universos cinematográficos, e é difícil encontrar projetos que realmente reflitam a visão artística de seus criadores. Infelizmente, Barbie também se enquadra nessa categoria.

No final das contas, tentar inserir ideias subversivas em um projeto tão comercialmente comprometido pode resultar em uma experiência decepcionante. Em vez de conquistar algo novo, o filme acaba sendo apenas mais uma forma de vender a marca Barbie. É uma pena, pois a personagem possui um legado importante na cultura popular e poderia ter sido abordada de maneira mais significativa e impactante.